Santos populares – Excelência na tradição

11149525_10203678546753601_439652328932850952_n

Para muitos não é novidade, mas para outros há-de ser o primeiro ano.  Junho é o mês dos Santos Populares, a conhecer: Santo António, São João e São Pedro!

Estes festejos decorrerão em vários municípios. No Porto, São João “do Balão” na noite de 23 para 24 de Junho. Em Évora comemora-se o São Pedro, o Santo dos Pescadores, no dia 29 de Junho. Mas os festejos não ficam por estas cidades, expandindo-se ao longo de todo Portugal!

Marque na sua agenda, pois vale a pena.

 

11350587_980716881979946_8402396813281384910_n

Hoje, dia 12 de Junho, é dia das Marchas Populares de Lisboa, dentro das Festas de Lisboa. A Avenida da Liberdade iluminar-se-á de vida, sorrisos, cores vivas e floreios. Aquelas semanas de trabalho, preparação e dedicação darão hoje os seus frutos, sendo que em seguida teremos: Santo António! (por favor: sardinhas e cerveja, obrigado)

Em Lisboa, as ruas já se vestiam de cores faz semanas. Para além dos efeitos vistosos, a Cidade também se enche de pessoas a circular de um ponto para outro. Imperam o típico cheiro a sardinha, a bifana no pão, os copos na mão e muita dança ao som de música tradicional, embora umas mais que outras, todas dão para a festa.

Ao longo dos anos, que vão passando, vão surgindo mudanças, mas pessoalmente (até agora) creio que fica o mesmo de sempre: uma boa altura para descontrair com amigos, ouvir música que normalmente é nerd mas até gosto, dançá-la sem vergonha e comer sardinhas. O mais engraçado é que não importa o cheiro com que ficamos (das sardinhas) porque toda a gente que passou pelos santos tem esse mesmo cheiro característico.

Os Santos Populares atraem população a áreas não tão frequentadas, dinamizando-as. Estamos perante uma tradição que junta classes, não coloca em causa a dignidade da pessoa humana e promove a dinamização urbana e económica.

A população atraída não é somente nacional, sendo que cativa muitos estrangeiros pela sua vivacidade, música, petiscos, autenticidade e decorações coloridas. Por último, para além das memórias e laços que se criam entre as pessoas, em termos económicos também proporcionam emprego, atendendo à mão-de-obra que um evento a esta escala exige.

 

Fotos: DR

Col-ome, uma novidade que lhe pode ser útil!

P1120330_a

Afinal ainda existem novas ideias por criar! Quando pensamos em algo novo e criativo a questão é sempre: “Será que já existe algo assim?” Pedro Rodrigues e Manuel Vasconcelos passaram essa barreira e juntos lançam um produto novo, criativo e útil, o Col-ome.

Trabalham ainda juntos na Nano4Life-Ibérica, que constitui a designação comercial assumida pela Oau2Work+, para a sua representação em Portugal e Espanha. Sendo que o percurso de ambos inventores se cruza em 2007, numa empresa de fabrico de equipamentos para transformação do óleo alimentar usado em biodiesel.

P1120242_a

[Sabia que…]

1L de Óleo (que passa numa ETAR) = €0,95 de custos (para a remoção de gorduras)

 

Na altura tivemos um certo constrangimento de que as pessoas andavam a mandar óleo para o lixo que podia ser reutilizado energeticamente (…) para além do facto da questão ambiental, o contaminar das ETARs!

Como surge a ideia de desenvolver o Col-ome?

Tudo começou aquando nos questionámos de que modo poderíamos diminuir este constrangimento de deitar o óleo pelo cano abaixo, diminuindo assim os custos que advêm às ETARs da purificação da água. Atendendo que as pessoas gostam de coisas acessíveis, simples, e com base de alguma experiência e objetos do quotidiano surge o Col-ome.

O Col-ome constitui uma embalagem original, com as qualidades acima mencionadas, para colocação do óleo alimentar utilizado, uma vez que permite que não exista a questão da utilização de um funil, ou: Onde colocar? Como colocar sem sujar?

Como caracteriza o percurso, desde a conceção da ideia, até aos dias de hoje?

Em termos gerais começámos por desenvolver os desenhos técnicos… Seguindo-se o contacto com o INEGI (Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial) que proporcionou auxílio na parte de desenvolver o protótipo, alguns testes de cargas, molde, entre outros.

Correu bem, mas existe ainda muito trabalho pela frente por ser feito, sendo que estamos atualmente ainda em fase de estudo! Estando em falta ainda pequenas alterações como a questão do suporte de modo a aperfeiçoar o produto às necessidades e realidade do consumidor!

Qual o passo que se segue para a concretização do mesmo?

O grande passo em frente diz respeito ao estudo de como comercializar o Col-ome e mais tarde essa mesma comercialização não será suficiente para terminar com o constrangimento ambiental. Mesmo que as pessoas adiram ao produto é necessário assegurar que nas várias localidades existem os devidos recipientes públicos de colocação de óleo usado, permitindo assim que o óleo não vá parar as ETARs!

Nós estimamos que, em média, pela experiência adquirida até à data, por cada habitação seja consumido, cerca de dois em dois meses 0,5 Litros de óleo no mínimo. Obviamente que varia consoante os hábitos alimentares, de pessoa para pessoa, ou mesmo em termos sazonais.

Até 2015, segundo o Decreto-lei 267/2009, existe um número mínimo de oleões a colocar por um determinado número de habitantes e a localização destes fica a cargo da entidade responsável. No entanto a quantidade de óleo que atualmente chega aos oleões é ínfima.


Nesse mesmo sentido quais os vossos objetivos futuros
?

Numa primeira fase, o foque é a implementação do Col-ome, sendo que numa segunda fase procuramos a realização de projetos-piloto em torno da colocação dos oleões em situações mais padronizadas possíveis. Comparar a quantidade obtida nos oleões entre a adesão de pessoas que utilizam o Col-ome com aquelas que não o usam a colocar o óleo nos oleões face a um local onde não existam oleões, de modo a confirmar se o objetivo é alcançado ou não.

Ligarmo-nos com esse intuito a duas entidades, como o caso das IPSS locais, ou representantes dos bombeiros para efeitos de implementação do projeto e devida gestão. Serão ações locais e esperamos certa abertura de locais, pois acaba por constituir um fator benéfico e de contenção de custos para as ETARs e poderes locais. Para além de que as pessoas adiram em prole da causa ambiental.

 

 

 

 

 

Sabes o que foi a CEI? (R:) Sei!

1509956_1141959315829702_2217259766843812686_n

No passado dia 25 de maio comemorou-se o Dia da Libertação Africana, o mesmo dia marcou-se com a Homenagem aos associados da Casa de Estudantes do Império (CEI), evento desenvolvido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA). O encerramento teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian com ilustres personalidades de referir: Joaquim Chissano (via videochamada), Jorge Sampaio, Miguel Trovoada e Pedro Pires na qualidade de Ex-Presidentes da República,  Ex-Primeiro Ministro francês, membros do Governo Português e da CPLP.

Antes da data, tiveram lugar vários eventos com o mesmo objectivo. As restantes iniciativas  foram o Colóquio Internacional CEI: Histórias, Memórias, Legados que decorreu dias 22, 23 e 25 do presente mês também na Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi ainda realizada uma edição especial de Fátima Campos Ferreira na RTP1 apelidada A Geração da Liberdade e quem não teve oportunidade de estar presente nos restantes eventos, pode deste modo, em parte, contar com os mesmos rostos e mensagens. Por último, basta ainda fazer referência à Exposição CEI – Farol de Liberdade, na Galeria dos Paços do Concelho, sita na Praça do Município, em Lisboa.

O processo de colonização português foi o mais longo da história das colonizações, sendo os seus pioneiros (séc. XIV), incidindo sob quase seis séculos de existência, desde a Conquista de Ceuta, em 1415, até à concessão de soberania a Timor-Leste, em 2002. No entanto, nesse mesmo período, muitos foram os marcos históricos, importando aqui focar um, que se pode caracterizar como um motor fulcral nos movimentos de libertação das colónias portuguesas, a CEI.

A Casa dos Estudantes do Império surge em 1944, numa visão claramente deturpada de controlo destes mesmos movimentos, transmitindo a opressão e censura levada a cabo no Estado Novo. Os propósitos que lhe foram designados, na centralização, das várias casas de estudantes já existentes ficarem à tutela dos órgãos centrais do Estado, correspondeu a um supérfluo ideal de império, quando no fundo se procurava o controlo político e pessoal sob as mentalidades que tivessem um pensamento desviante, que logo seriam alvo de inquéritos e torturas por parte da PIDE.

No entanto, veio-se a confirmar exatamente o oposto, o convívio, troca de ideias e traços culturais, acabou por desenvolver confiança e desenvolver uma força com base na união dos jovens em prole da contestação da libertação e garantia dos direitos humanos. Sendo que muitas das personalidades que passaram por esta casa, fizeram parte dos vários movimentos de libertação, enquadraram os quadros provisórios de governo e são ainda hoje ícones deste movimento de autodeterminação, como são o exemplo de Agostinho Neto, Amílcar Cabral, entre outros.

P1120538 (2)

[Curiosidade: A CEI reuniu os vários satélites espalhados nas colónias em três secções da CEI em Portugal: Lisboa (sede), Coimbra e Porto; Dentro da CEI passaram pessoas provenientes de várias origens, de entre elas: Moçambique, Angola, Cabo Verde, Timor, Índia, Brasil, Portugal, etc.]

Ao longo do dia 25 de maio, antigos associados, partilharam com os diferentes públicos, as suas interpretações da vivência e passagem na CEI. Sem recorrer a notas os oradores partilharam de coração aquilo que unanimemente descrevem enquanto uma vitória, que embora muito penosa a nível de perdas e violência, permitiu findar a relação colónia-colonizado que perdurava faz séculos.

O evento foi um autêntico sucesso, resta partilhar aqui pequenas mensagens que marcaram o evento:

Esta possibilidade que temos aqui hoje, é de que podemos olhar para o futuro (…) e partir daquilo que foi a convergência de um certo conjunto de propósitos e ideais, com vicissitudes imensas, dos vários lados… Quando se passa por guerras, polícias políticas, prisioneiros, etc. isso foi muito estendido, houve sofrimento por toda a parte, isso está na história. Agora devemos partir para o futuro e podemos valorizar todas estas circunstâncias, conhecendo por um lado a narrativa de cada um, fazer esse exercício (…) o que interessa é o futuro.” Jorge Sampaio

Reiterou-se ainda a relevância do investimento em mecanismos do presente que permitem a harmonização de uma relação saudável entre estes países que partilham uma língua, o português, como é o exemplo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

 

Fotos: DR

A primeira empresa “CORK” que não vende cortiça, vende Portugal!

20140208_00215-2

Numa homenagem ao profundo orgulho na nossa língua, e tendo em conta que 80% da faturação tem origem internacional, este namming encerra um duplo sentido, intencionalmente intrigante, face a uma dificuldade de interpretação imediata, ele suscita a curiosidade que tem sido motivo suficiente para um contacto por parte das marcas, entre elas as que são hoje nossas clientes. Afinal, We Speak Portuguese.”20140208_00178

Qual o projeto mais motivador desenvolvido pela Corkbrand?

Para a Equipa da Corkbrand® todos os projetos são um desafio, mas a organização do evento Disco Fever em Angola, que consiste na festa 80s mais falada e divulgada de Luanda, é algo que transcende o nosso orgulho enquanto equipa.

É um projeto aliciante, um desafio que nos diverte e que nos envolve (e ao nosso cliente) de tal forma, que fica sempre um “vazio” após a noite da sua grande estreia. É um evento que assinamos desde 2012 e um sucesso garantido. Sempre inovador e diferenciado em cada ano. Um dia que assim não seja, Luanda vai sentir a diferença.”

De que forma se mantém relações com o mercado internacional?

Ao longo do ano, estamos envolvidos com os nossos clientes em diversos projetos e temos uma relação de grande proximidade.

Mesmo com os milhares de Km de distancia que nos separam em alguns casos, investimos permanentemente na nossa própria comunicação institucional e numa estratégia de reforço dos laços que nos mantém vivos e próximos na mente dos clientes, constituindo um fator de decisivo na escolha da agência com quem trabalham.

Uma grande cumplicidade com os nossos clientes fazem deles nossos parceiros, fornecedores e confidentes. Os nossos níveis de exigência e de compromisso são os mesmos para qualquer cliente em Portugal ou fora. São os nossos valores.

Este ano, 2015, foi uma honra poder representar os nossos clientes na maior feira de inovação e criatividade do país, FESTIVAL IN na FIL.”

Projetos futuros?

A Corkbrand® sempre se assumiu como uma marca discreta e que sempre fez questão de dar o destaque e o mérito aos Clientes e aos seus projetos.

2015 é um ano da nossa afirmação, investindo em comunicação eficaz, nos países onde estamos representados, com destaque em Portugal. A nossa participação no Festival IN, fez já parte do nosso plano de comunicação para 2015, baseado na proximidade e na inovação, apostando ainda na expansão para outros mercados. Estejam atentos!”

Recomendações?

Não se deixe levar pelo espírito de “empresário de sucesso” e comece por baixo.O seu novo projeto apenas vingará se tiver a capacidade de tomar as decisões certa, de forma a não comprometer a saúde, vida e a história da sua empresa.É o erro que muitos empresários cometem, que até mesmo antes do projeto arrancar já o mesmo não tem viabilidade.

Conheça o seu produto, acompanhe de perto a concorrência e conquiste os seus novos clientes com a verdade. E caso os primeiros tempos não sejam fáceis… É porque está no caminho certo. Paciência é a palavra de ordem.”

20140208_00027

fotos: DR

As viagens de uma vida – Nelson Carvalheiro (entrevista)

DSCF0173

Não há muito tempo, Nelson Carvalheiro, foi declarado Travel Blogger 2014 da Europa. Um português com trinta e três anos, cujas aterragens em terras diferentes ultrapassa a idade! Nelson não fica por aí e partilha as suas experiências com o mundo: People, Travel and Food. Deixando uma marca da sua terra natal, Portugal, em cada local que conhece! As suas três paixões são: pessoas, viagens e comida; conseguindo conciliá-las numa só profissão.Nelson_Carvalheiro-1-72

Nos tempos que correm, com grandes vagas de emigração dos portugueses, embora não se encontre em Portugal, o seu caso não se deve a razões económicas, correto? Como acaba por desenvolver este percurso profissional?

Sim, de facto a razão da minha vinda para a Alemanha não é por razões económicas. Eu fui diretor de dois hotéis Boutique em Lisboa durante alguns anos, isto antes de me mudar para a Alemanha. Um dos locais era o Palácio Belmonte em Lisboa, um local muito exclusivo, é um palácio privado, com construção do século XV, de herança moura e romana e onde os preços médios rondam os mil euros por noite.

Durante este período de tempo foi quando tive a oportunidade de começar a viajar mais e o blogue foi criado no sentido de eu contar as histórias das viagens que fazia junto de hóspedes do Palácio Belmonte. Na qualidade de ser um palácio muito privado e para além de ser diretor, eu acompanhava os hóspedes de uma maneira muito pessoal, muito próxima, no sentido de mostrar o que era Lisboa e Portugal para este tipo de cliente que é high-net-worth individual que gosta do sentido de estar nas localidades, isto é, um cliente que gosta muito de viajar muito pelo mundo e conhecer o destino em profundidade.

Basicamente foi o que fiz no Palácio Belmonte, o qual me fez também começar a contar histórias. As minhas férias eram sempre feitas com estes clientes porque eles após se sentirem tão bem acompanhados em Portugal, acabavam por me convidar a visitar os seus países. Fui passar três semanas à Califórnia, estive no Brasil, Itália, entre outros destinos na Europa e, por acaso, voltando à questão, uma das pessoas que foi cliente do Palácio Belmonte e quem eu visitei, é a minha atual namorada, a Jasmin que é alemã e mora em Berlim…

A razão pela qual me mudei para Berlim é porque me apaixonei e a razão desta viagem é por amor e foi depois de alguns meses de a ter conhecido que entreguei a minha carta de demissão no Palácio Belmonte, mudei-me para Berlim e foi a altura em que comecei o blogue a partir daqui, mesmo para contar estas histórias, destas minhas viagens com estas pessoas do Palácio Belmonte mas depois ao mesmo tempo comecei a contar histórias sobre Portugal e sobre o que é que é viajar pela gastronomia.

Pedia-lhe que nos descrevesse, em breve palavras, o seu percurso académico e a forma como este lhe proporcionou exercer a atual profissão.

Em termos de universidade eu tenho o curso de engenharia, quer queira quer não. Depois quando comecei a exercer funções no Grupo Lena na parte dos hotéis, estive no Brasil, na condução de um hotel, onde depois passei para a parte de gestão. Tenho uma pós-graduação em Gestão Hoteleira e tenho um master em Hospitality Management. O que eu fiz, no intervalo de sair de Lisboa para Berlim, foi em Londres, onde estive durante dois meses, para tirar um curso de fotografias de viagens/ jornalismo de viagem. Foi aqui que aprendi a dar um bocado mais corpo e sentido às histórias que escrevo, para não ser só uma visão pessoal, para ter alguma técnica de escrita.

E o que sente ao exercer a sua profissão?

Eu sinto-o de uma maneira muito singular, porque eu não sou jornalista de formação e a única coisa que faço, e é o sentido que tenho desde que comecei a fazer o blogue, é contar histórias de viagens. É a única coisa que eu quero fazer, contar histórias que sejam inspiradoras para os meus leitores e que os motive a virem a replicar a experiência que eu tive. Como é óbvio esta pequena formação qu tive facilitou a escrita, a informação visual, a fotografia, para que estas sejam mais inspiradoras para os meus leitores.

Que idade tinha quando fez a sua primeira viagem?

Creio que a minha primeira viagem foi para a Grécia, tinha eu quatro ou cinco anos, lembro-me que eles tinham umas frutas enormes, umas cerejas que eram quase do tamanho de maças e umas melancias ainda maiores, quase do tamanho da roda de um carro. Isto deve ter sido em 1985/ 86, o que ficou foi esta pequena ideia de viajar, embora eu não tenha feito grandes viagens até cerca de 2010, fiz umas antes no meu percurso de hotelaria mas viagens profundas foi mesmo só a partir de 2010.

No seu blogue o mapa tem exatamente 49 (quarenta e nove) pins! Corresponde exatamente aos locais que visitou, ou…?

Eu creio que agora o meu story map têm atualmente cerca de setenta e nove, ou quase oitenta pins e considero mesmo, tal e qual está escrito, que é: todos os locais que eu visitei e que caem dentro destas três ou quatro formas que tenho de contar histórias. Que são os meus blogue posts, ou sítios onde eu tirei fotografias interessantes, ou pequenos detalhes que encontrei interessantes nas minhas viagens. Em vez de fazer categorias por uma pequena viagem por locais ou por destinos, usei o mapa, o que permite às pessoas verem dentro do mapa-mundo ver os locais que visitei e saberem o que escrevi sobre aqueles lugares.

Quais, dos locais que ainda não visitou, tem mais curiosidade?

Acho que o primeiro que está na minha lista de viagens é o Paquistão, mas o Paquistão é um destino ainda muito pouco conhecido que costuma ter cerca de dois milhões de visitante por ano, que representa um número relativamente baixo. Mas suscita-me curiosidade, para mim é um país muito exótico, porque mistura toda aquela que é a rota da seda, com a comunidade mongol, com a influência árabe e ainda por cima toda esta parte do pós-União Soviética que ainda está muito presente no local. Creio que é um destino que tem muito, muito potencial, simplesmente pelo facto de ser muito cru e nem sequer falamos de não haverem guias turísticos, onde nem sequer há rede de telemóvel nem qualquer informação turística.

Assim como Burma foi um dos destinos mais falados nos últimos dois/ três anos, eu creio que o Paquistão vai ser um destino muito interessante e que eu gostava de ir. Outro local muito interessante que eu gostaria de ir é as Ilhas Quirimbas, em Moçambique, que são ainda de sobremodo pouco exploradas e que se já toda a gente conhece o que é Zanzibar e toda esta parte da costa oriental africana, as Ilhas Quirimbas estão paradas no tempo.

Há sítios onde poucas coisas mudaram desde os descobrimentos. Elas eram um ponto de paragem para o Vasco da Gama e para todos os descobridores que seguiam rumo à Índia. É então um bocado de Índia misturada com Portugal, misturada com África, misturada com cultura Árabe e acho que é um sítio de sonho que eu quero ir ainda este ano.

Verifica-se que leva sempre consigo um pouco de Portugal e partilha-o com o mundo. Para além de ser atualmente Embaixador da Aptece, quais as razões que o levam a fazê-lo?

Sim exatamente, eu levo sempre um bocadinho de Portugal para todo o mundo, creio que é uma bandeira que eu tenho comigo, apesar de eu não ter uma física nem andar com um Galo de Barcelos atrás, não julgo que seja necessário. Nós somos um país que tem uma tremenda herança cultural e influência em todas as partes do mundo, não há nenhuma viagem que eu tenha feito onde não se veja a influência da cultura portuguesa, seja em Coqueiral, na Índia onde o Vasco da Gama aterrou, seja no Brasil ou mesmo cá na Europa.

Acho que é incontornável nós não falarmos de Portugal quando se fala em viagens, viagens pelo mundo, e é algo que eu tenho sempre presente quando falo com as pessoas, com os meus companheiros de viagens ou entidades de turismo com que falo. É sempre muito bom apresentar esta ideia de que tenho o orgulho de ser português, apesar de não morar em Portugal, mas que tenho esta entidade cultural bem presente.

A minha razão para ser Embaixador da Aptese… Eu sou um rapaz da quinta, os meus avós ainda têm uma quinta de produção agrícola na Marinha da Ondas, perto da Figueira da Foz e foi lá que eu cresci, foi lá que eu comecei a dar valor ao Portugal gastronómico tradicional. Quando recebi o contacto da Aptese, para trabalhar com eles, para mim foi obvio que é algo com o qual me identifico profundamente: a gastronomia.

Eu acho que a gastronomia é um grande inspirador para a viagem a um determinado destino, encaro-a como a cultura que é comestível! Algo que fica dentro de nós, que nós saboreamos, que nos despoleta muito mais emoções que qualquer visita a museus, ou olhar para um quadro ou visitar uma igreja. É algo de interesse que fica dentro do nosso corpo e nada melhor do que eu falar da nossa gastronomia portuguesa nas minhas viagens pelo mundo, tentando dizer às outras pessoas que não é uma questão da minha gastronomia ser melhor, elas são todas diferentes, mas Portugal tem o melhor peixe do mundo!

 

nelson2Afirma que em termos de pequenas ambições pessoais não conhece limites. Quais são as ambições de momento?

Creio que as minhas ambições neste momento são estabelecer o www.nelsoncarvalheiro.com como uma plataforma de inspiração de viagens. Acho que está dimensão do blogue já ultrapassou muito ser as histórias de viagem do Nelson, com a quantidade de pedidos que eu recebo todos os dias do meu email para visitar x destino, ou fazer a avaliação a x hotel, ou falar de x gastronomia… Não sou capaz de ir a todo o lado, nem é o meu objetivo, o que eu fiz foi criar uma rede de amigos que conheço pessoalmente e para quem distribuo estas viagens, das recomendações que eu tenho.

Neste momento estas pessoas, além de eu viajar, viajam por mim, porque assim conseguimos juntar uma visão crítica e honesta do território, principalmente nas viagens pela gastronomia e este grupo de pessoas que eu tive à minha volta, é mesmo com esse sentido de pessoas com quem eu me identifico nas minhas viagens… E que tem um contar histórias parecido com o meu. Como é obvio todo o conteúdo que é colocado online é sempre decorado por mim.

 

Fotos: DR

BET 24 Horas – a reportagem

P1120493

A Excelência Portugal teve a oportunidade de acompanhar o evento bet24horas na sua 3.ª edição, que terminou no passado dia 09 de maio de 2015. Um evento em que as 24 horas são, na sua totalidade, focadas somente no empreendedorismo português! Este evento tem o intuito de incentivar os jovens a serem proactivos, empreendedores. No meio de um clima de competitividade os participantes tiveram não só a oportunidade de abrir os horizontes às várias questões a ter em conta no inicio de um projecto de cariz social, startup ou na manutenção dos mesmos, como de ganhar apoios e projecção das suas ideias.
Os jovens que passaram a última etapa dos desafios foram defrontados com a necessidade de fortemente argumentar e defender as suas ideias, expostos a críticas sem papos na língua mas também aos mais honestos parabéns e ofertas de auxílio, networking! De um evento que, embora apenas alguns foram os vencedores, todos saíram a ganhar algo: experiência e conhecimento/ know how! A nossa página tem o orgulho de dar os parabéns a Romina Fernandes, que há tempos nos respondeu a uma entrevista, acerca do seu projecto conjunto com Sara Agotinho, a Pictomed. Romina Fernandes ganhou o Social Entrepreneurs Challenge/ Desafio de Empreendedorismo Social.

Romina Pictomed

Para além desta competição ocorreram, paralelamente, mais três competições! Nesta já referida, como o nome indica, concorreram projectos de cariz social e a grande conhecimento passou na passagem da ideia à prática. O prémio foi nomeadamente 1 000 euros e uma viagem à Tech Hub de Londres, para além de recolher os fundos reunidos na segunda etapa, na campanha de crowdfunding.

A segunda competição denominou-se por Challenge Social Media, que consistiu na análise de um problema de uma startup a níveis da comunicação, sendo o desafio a solução do mesmo! O prémio passou por uma viagem à Tech Hub Europeia. A terceira competição, Challenge Startup 2.0, tocou nas raízes de como desenvolver uma startup, da sua concepção ao sucesso no mercado. Com o prémio de 1 000  euros e viagem à Tech Hub de Londres. A quarta e última competição por sua vez foi a Challenge Startup 2.0 segue no mesmo sentido mas aplicando-se a startups já estabelecidas! Com um prémio de investimento de 5 000 euros e todo o conhecimento para a ampliação e projecção do negócio. Sendo que face a esta última concorrência tivemos a oportunidade de falar com dois participantes!

António Araújo e Manuel Machado Soares foram participantes no Bet 24 Horas, nomeadamente no Challenge Startup 2.0. Ambos jovens de 19 anos são sócios fundadores da empresa 100 Horas na Linha, que está no activo faz três meses. Esta empresa é especializada em serviço ao domicílio durante a noite de quinta, sexta e sábado. O serviço tem à disposição bebidas, comida, tabaco e os seus pontos de entrega são em Cascais, Lisboa e Oeiras. Estes dão o seu testemunho em forma de mensagem na matéria:

Eventos destes são de louvar! Cada vez mais têm sido feitos em Portugal eventos que promovem o empreendedorismo e agradecer ao BET por realizarem um evento deste género, que já não é a primeira vez. Aconselhamos todos os jovens a participar na próxima edição.

Presidente BET

Mas mais do que uma reflexão de participantes a Excelência Portugal falou também com o actual presidente da BET a entidade que organizou o evento! Salvador Barros acerca do que constitui o evento e da origem do mesmo:

(O Bet 24 horas é a) Oportunidade para os jovens empreendedores, isto é, jovens que têm ideias, tirarem-nas da cabeça e comecem a trabalhá-las. Portanto estas 24 horas servem para que em quatro semanas e dois momentos físicos os jovens estejam focados em empreendedorismo em vários pontos de vista. Os participantes do evento dividem-se pelas quatro competições, consoante o seu interesse, sendo o propósito específico a competição.

Quanto à entidade que impulsionou este evento:

O BET surgiu no final de 2011, naquela fase em que se falava na «geração à rasca», «geração perdida», 40% de desemprego jovem em que o mercado não atua, não os recruta… O que aconteceu entretanto é que nós quisemos contribuir para que não houvesse este pessimismo! Decidimos atuar por cima disso, ou seja, decidimos puxar pela proactividade dos jovens e foi assim que nos surgimos. E como é o que o fazemos?

Nós temos aqui uma quase fórmula mágica da forma como agimos, os “4 M’s + S”. Os termos referentes são em inglês porque temos pessoas que não são portuguesas na equipa, sendo esta língua a do elo de todos.

4Ms + s

O que nós queremos no fundo fazer, é ajudar os empreendedores a tirarem as ideias das suas cabeças e começarem a trabalhá-las (mindset), quando decidirem avançar com a ideia após os eventos ajudá-los de facto a encontrar a equipa perfeita (matching), ajudá-los a trabalhar em qualquer fase possível, ao máximo em termos de aconselhamento (mentoring) e depois finalmente ajudá-los a conseguir investimento junto de investidores com os quais metemos em contacto. Procuramos ajudar o empreendedor em todo o seu percurso até que já não necessite de nós e consigam assim meter as suas ideias no mercado! Dar vida aos problemas que querem resolver…”

Como tem sido a experiência na realização deste evento?

“Face ao Bet 24 Horas esta é já a sua 3.ª edição, nas outras edições o modelo era um bocado diferente. Nesta edição o processo esteve dividido em duas fases, foi uma experiência que tivemos noutros modelos de desafios que tem dado resultado, que é um compromisso com as ideias. Portanto numa primeira fase, de quatro semanas e no final os que aparecem, não há seleção, são no geral pessoas que veem por vontade própria, ou seja, a priori são os que vêem com compromisso.

Tem sido muito giro ver porque de facto as pessoas que aparecem vêem já com trabalho feito! Com qualidade e até surpreendentes com o grau de desenvolvimento. Por isso decidimos trazer este modelo para o Bet 24 Horas. Além disso a parte que achamos que acrescenta mais valor da nossa forma de actuar é o apoio e investimento como na Uniplaces, Chic By Choice, Follow Price que já conseguimos ajudar… Já ajudamos startups num levantamento superior a meio milhão de euros em quase quatro anos de actividade. Portanto tem sido muito interessante, muito reconfortante que estamos a cumprir o objectivo…”

P1120460

Fotos:  DR

Gestão de Stress – entrevista a Conceição Espada

P1120140

No ano de 2000 surge o primeiro modelo de intervenção de gestão de stress em Portugal – CE Gestão Stress – desenvolvido por Conceição Espada. Dando uns passos atrás no tempo, Conceição Espada possui um vasto currículo de formação e conhecimento empírico em torno do tema. Levando-a a escrever livros acerca do assunto, nomeadamente, o “Manual de Gestão de Stress para Empresas”, lançado em 2009 pela Editora Bnomics.
O segundo e último livro denomina-se por “Gerir o Stresse em Tempo de Crise – Não Deixe que a Crise Desgaste os Seus Recursos Mentais e Emocionais”, publicado em 2013 pela Editora Pergaminho. Um livro sob o qual a autora esclarece os diferentes fatores e sintomas stressantes, resultantes das diversas vicissitudes que uma pessoa encontra na vida. Dessas variantes dá-se o destaque à condição de crise económico-financeira que se tem sentido nos últimos anos e a forma, como esta, tem influenciado o dia-a-dia dos portugueses.

 

Após um breve conhecimento da sua actividade laboral surge uma curiosidade, que julgo seja geral, de saber a que níveis do stress desempenha a sua abordagem de intervenção?

A minha abordagem, face ao stress, abrange o stress a todos os níveis, sejam eles de foco laboral ou profissional, ao stress emocional, familiar e pessoal. Sendo que as minhas intervenções podem ser a nível de empresas, num âmbito mais profissional, ou mesmo particulares face ao stress pessoal mencionado.

Mesmo em termos de empresas posso acompanhar pessoas individuais, quando há casos de pessoas particulares que precisam de um acompanhamento maior ao nível do stress pessoal e da ligação, que no fundo tem a ver com a uma coordenação da vida pessoal e profissional. Tenho inclusive um modelo de teste, que aplico, de modo a apurar onde se encontram os desequilíbrios na vida da pessoa, no momento.

Depois tenho uma intervenção à parte das empresas em que trabalho numa clínica no sul de Espanha e outra cá em Portugal, onde dou consultas a nível individual às pessoas em termos de apoio emocional. Uma abordagem nas mais diversas matérias, desde doenças, a separações, entre outras variadíssimas coisas que acontecem na vida de uma pessoa e causam stress, a uns mais e outros menos, de formas diferentes.

 

É de notar que, na sua página (www.gestaostress.com), tem uma secção especialmente para mulheres, porquê?

Para mim a questão do stress feminino é extremamente importante e hoje em dia cada vez mais. Primeiro porque as respostas ao stress, por parte das mulheres, são diferentes do que as dos homens. Logo à partida por causa de uma questão fundamental, que é a questão hormonal. Nós temos ciclos que os homens não têm, para além do conhecido síndrome pré-menstrual.

Como temos um ciclo hormonal muito oscilante, quer ao longo da vida quer mensalmente, a forma como as mulheres respondem aos factores de stress varia consoante estão nos seus ciclos menstruais. Portanto uma adolescente quando começa a ser adolescente face às variadas alterações do corpo, entre outros, tem uma resposta diferente às questões do stress de quando já se encontra numa fase da adolescência estável. O mesmo se verifica na questão da maternidade, menopausa, entre outras, onde a perturbação hormonal é visível.

Eu costumo dizer que as causas do stress não são necessariamente coisas más, por vezes podem ser até ser das melhores coisas que nos acontecem na vida! Como por exemplo, ter um filho. Mas ninguém pode dizer que ter um filho não é um factor de stress, porque efectivamente o é.

Num segundo argumento, as mulheres actualmente têm uma grande quantidade de papéis que têm de desempenhar. Um dos papéis fundamentais é o de ser mãe, e pessoalmente continuo a achar que a mulher tem um papel fundamental na sociedade que é: educar! Se uma mulher estiver stressada a sua capacidade de dedicação é diminuta sem a mínima dúvida.

Sei que é forte dizer isto publicamente, mas digo-o e escrevo-o, que de facto, salvo raras excepções, a mãe tem um papel predominante na vida dos filhos. Sendo que a educação da sociedade está muito nas mãos das mulheres, tendo uma repercussão bastante nefasta caso a espiral de stress se “propague”.

Portanto é evidente que neste momento há uma necessidade de maior atenção, dedicação, carinho e sensibilização da sociedade para a questão do feminino neste sentido. Pelo que estarei presente num stand do Festival In, “Connect to Success” da Embaixada dos EUA de quinta-feira a domingo, no sentido de procurar este apelo e sensibilização.

 

Neste mesmo sentido, acha que a pessoa que tem stress tem algum perfil? Em termos de limite de idade, entre outros?

Não! Todo o ser humano tem stress, pois o stress leva à libertação de hormonas na corrente sanguínea. Regula hormonas como o cortisol e a sua libertação na circulação do sangue que, tal como a adrenalina, tem a ver com a própria capacidade do ser humano reagir às diferentes situações. É importante reconhecer que existe stress bom e stress mau, de modo a desmistificar esta questão, uma vez que em Portugal o stress é fortemente conotado enquanto algo negativo.

Eu comparo o stress ao colesterol; colesterol bom, colesterol mau; stress bom, stress mau. Por exemplo, o “stress bom” é aquele que nos dá a capacidade de nós agirmos e reagirmos. A própria capacidade do ser humano, em situação de perigo, reagir. Outro exemplo facilmente perceptível de se poder travar a fundo um carro em movimento, ou desviá-lo.

A questão é que a fronteira entre os dois tipos de stress é muito ténue. Por isso é que muitas vezes as pessoas começam a entrar numa parte do stress má e não se apercebem, começando involuntariamente a desenvolver sintomas físicos e comportamentais nesse sentido.

Reitero que o stress não separa sexos, raças nem idades! Como disse, dou consultas no sul de Espanha, nas quais tenho a possibilidade de lidar com pessoas das mais diversas culturas, pessoas de todos os países. Chego a dar consultas a russos, via tradução, por exemplo. Onde me vou dando conta que os factores de stress podem ser diferentes, no sentido de que em Portugal o stress pode estar maioritariamente relacionado com a crise económica. Sendo que noutros países, pode ser proveniente do contrário, onde as pessoas têm de gerir impérios. Mas todas elas têm fatores e sintomas de stress!

No que toca à idade há que afirmar que os factores de stress de hoje em dia são diferentes dos da minha época, ou mesmo da geração anterior. Nunca diria que numa reunião estaria o carteiro a entregar cartas – actualmente há e-mails, várias chamadas, e uma pessoa ter de responder a três mil coisas ao mesmo tempo! É evidente que os jovens hoje em dia têm stress mais cedo. Quão mais cedo as crianças têm acesso às tecnologias, pior o é, pois existe uma necessidade tremenda de ser tudo realizado no momento! A questão de esperar é algo pouco trabalhada nos dias que correm, falhando no contacto cara-a-cara, olhos nos olhos, entre outras.

 

Referiu sintomas físicos e comportamentais, nesse mesmo sentido, quais as principais consequências que podem advir do stress?

Tal como é dito pela própria Organização Mundial de Saúde: “O stress é o maior vírus do século XXI (vinte e um)”. Por poder proporcionar um abstencionismo grave nas empresas, organizações e vida das pessoas no geral.

Em termos de sintomas físicos, um que é bastante conhecido é a questão das insónias, a maior parte das pessoas ou dorme mal ou dorme pouco. Com uma agravante que, em Portugal, é um dos países da Europa onde se consomem mais tricíclicos/ antidepressivos. Ou seja, a pessoa começa a dormir mal e passado pouco tempo as pessoas começam a serem medicadas ou a automedicarem-se para dormir. Quando de facto a questão do sono e o ritmo são fundamentais na questão do equilíbrio do stress.

Outro sintoma grave que as pessoas não ligam, tem a ver com as questões digestivas ou da alimentação. Pode resultar em dois efeitos distintos, ou a falta de apetite ou o comer compulsivamente. A questão da obesidade, do excesso do peso e muitas vezes, não sempre, tem a ver com questões emocionais ligadas à questão do stress que se sente na vida das pessoas. Ou não têm tempo para comer e depois comem compulsivamente, ou comem coisas como fast-food. Outras pessoas simplesmente não comem, porque saltam refeições e perdem o apetite. Aparecem ainda mais sintomas como as questões cardíacas, tensão alta, coluna, entre outras.

Em termos emocionais verifica-se maior irritabilidade, falta de paciência, memória e foque. Existe o stress burned out, que é um caso de stress normalmente de origem profissional onde se verifica a falta de memória a uma larga escala, mas também efectivamente num estado de stress muito avançado. Por últimas em termos emocionais aparece ainda a menor apetência quer afectiva quer sexual, proporcionando uma menor qualidade nos relacionamentos. Por último basta ainda referir em termos de factores comportamentais, onde se verifica o aprofundamento dos vícios, como alcoolismo, tabagismo, entre outros.

Eu costumo dizer que para mim há duas questões que demonstram facilmente que a pessoa está sob stress. A primeira é quando esta diz que não tem stress, sendo a negação total do seu estado, quando à partida toda a gente tem stress como já foi dito. Em segundo lugar quando a pessoa diz ter tudo controlado, o que significa que a pessoa é fortemente vulnerável aos factores de stress, pois se algo não encaixa no “plano”…

É necessário ter em atenção que existem dois perfis muito fortes, o mais conhecido daquelas pessoas que estão sempre a correr de um lado para o outro e não param quietas. Mas um segundo perfil bastante oposto são aquelas pessoas aparentemente mais calmas, que no fundo, por vezes, pode ser pior no sentido de não exteriorizarem e procurarem um controlo interno muito grande.

 

Atendendo que, quem passa por muito stress, costuma ser associado a alguém muito ocupado, com um horário reduzido. Como é possível ter a atenção destas pessoas para as suas consultas?

Normalmente, quando uma pessoa decide ir a uma consulta de gestão de stress é porque já existe algo na sua vida que está a dar fortes sinais. Como por exemplo passar por uma situação familiar complicada, ou estar com um sintoma físico já grave, ou foi diagnosticado algo, ou porque de facto reconhece que necessita de parar um pouco e pensar na sua vida. Portanto frequentemente é porque já está a perder o controlo, ou na saúde física, relacionamentos, trabalho ou qualquer área da sua vida.

Em termos de empresas a razão já é diferente. Nestes três anos, por exemplo, tivemos uma fase em que notoriamente as empresas não aderiram por questões de cortes orçamentais e acharam que as pessoas eram menos importantes. Para mim as pessoas são sempre mais importantes e a longo prazo sem dúvida esta opção prejudica a produtividade da empresa. Neste momento sinto uma certa alteração nesse sentido, já está a virar novamente.

Quando nas empresas são feitas estas consultas, a nível de grupo ou individual, é porque a empresa as requisitou. Quando se trata das pessoas individuais o cenário difere, logo na primeira sessão eu dou uns passos para as pessoas fazerem no dia-a-dia. Estes passos acabam por ter benesses a curto prazo, sendo que normalmente resulta numa continuidade.

 

O facto de se sofrer stress e recorrer a consultas de apoio, nos dias que correm em Portugal, é vista a maus olhos pela maioria das pessoas, verificando-se uma conotação é negativa destas intervenções. Como se poderá alterar esta forma de encarar o acompanhamento?

Em Portugal as pessoas têm ainda uma dificuldade em assumir aquilo que se passa verdadeiramente. Há de facto a tendência de esconder ou omitir esta questão, transmitindo um controlo ilusório. Ainda há muito o “dentro de casa, fora de casa”, a imagem para o exterior. Enquanto a doença física se fala muito, acerca das doenças em Portugal no geral, quando se passa para uma questão mais de vulnerabilidade ou psicológica, parece que é alguma coisa negativa. Quando em Portugal algo que se nota facilmente a presença do stress é a agressividade visível no trânsito, por exemplo.

Quando no fundo é preciso desmistificar as questões, o stress existe, há factores de stress na vida das pessoas… E está provado cada vez mais que não se dar a devida importância aos factores emocionais das pessoas pode ter consequências gravíssimas. Como por exemplo, uma  tragédia muito recente, neste caso o Airbus A320 que se despenhou nos Alpes! Portanto eu acho que quanto mais cedo tivermos a percepção e aceitarmos as fragilidades não têm a ver com fraquezas, ser frágil não é ser fraco, as nossas fragilidades podem até ser a nossa maior força, se nós as trabalharmos.

 

Se pudesse numa pequena mensagem, convencer as pessoas da componente benéfica de contrariar o stress, que diria?

Eu não quero convencer as pessoas, elas têm de compreender por si, uma vez que as pessoas para serem ajudadas têm de o querer. Foi algo que aprendi ao longo da vida, com muitos anos de experiência de lidar com as pessoas… Não vale a pena ajudar alguém que não queira ser ajudado.

Acho que seria importante que as pessoas tivessem maior consciência delas próprias e como lhe digo, mais uma vez, das suas fragilidades. Conhecimento ainda das capacidades que possuem, para poderem ser mais produtivas, mais felizes e mais criativas, e deste modo poder criar à sua volta um mundo melhor. Ser mais feliz, porque no fundo uma das coisas que constato é que ao perguntar a qualquer pessoa o que ela quer, a resposta é muitas vezes: “quero ser feliz”. É evidente que depois o que é ser feliz para cada um diverge, mas na essência é o que as pessoas procuram.

Portanto para ser feliz é necessário ter um certo equilíbrio na nossa vida, física, saúde, mental, emocional, espiritual, entre outros. Num sentido de vida mais profundo, mais equilibrado e mais saudável! Nos andamos sempre todos a correr, cheios de stress e acabamos por não ter tempo para saber aquilo que é mais importante e o que é mais prioritário na nossa vida.

Hoje em dia as pessoas pensam que tudo é urgente e esquecem o prioritário. Para mim é urgente responder a e-mails, telefonemas, prazos, mas prioritário é a vida, o respirar, é o sol, é um pequeno minuto com alguém especial e que me faz sentir alegria, uma troca de palavras com o meu filho… Nesta correria que as pessoas andam, cheias de stress, as pessoas esqueceram-se do prioritário. Portanto a questão, friso, que lanço é: O que é que é urgente e o que é prioritário?

 

fotos: DR

David Machado – vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura

P1120151 (2) - Cópia

David Machado é um escritor português que embora seja mais conhecido pelos livros infantis, no presente ano, venceu o Prémio da União Europeia para a Literatura com a sua obra “Índice Médio de Felicidade” (2013), um romance que descreve a repercussão da crise económica sob a população.

Mas o mérito deste escritor já foi reconhecido anteriormente, em 2005 foi galardoado com o prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e Expresso com “A Noite dos Animais Inventados” e em 2010 com a obra “O Tubarão na Banheira” recebeu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores/ RTP. Sendo da bibliografia do autor dois romances, cinco livros de crianças e um conjunto de contos! Para além de marcar presença em vários encontros de literatura nacionais e ser publicado além-fronteiras, em países como Itália, Marrocos, Alemanha e Reino Unido.

1239643_605752862808561_2008513677_n

Eu queria com esta história, sobretudo, perceber como é que alguém que sempre esteve satisfeito com a sua vida, ao deparar-se com as mais variadas situações descritas, aguenta.

David, se pudesse descrever a sua obra “Índice Médio de Felicidade” em pequenas palavras, que diria?
O livro enquadra-se num contexto de crise, aliás retrata o contexto económico e financeiro em que vivemos nos últimos anos. Mas é sobretudo a história de um homem em crise, o “Daniel”. Um homem que sempre se sentiu feliz e satisfeito com a sua vida, como muito se diz um “optimista”, mas que de repente se vê confrontado com várias vicissitudes. Várias coisas lhe acontecem desde o desemprego, o desemprego da mulher que acaba por ficar separada fisicamente dele, com os filhos, por ter que trabalhar noutro local onde consegue arranjar emprego. A certa altura perde a casa, acabando por ir viver para o carro, continuando sucessivamente a acontecer cada vez mais desastres.

Eu queria com esta história, sobretudo, perceber como é que alguém que sempre esteve satisfeito com a sua vida, ao deparar-se com as mais variadas situações descritas, aguenta. Como se costuma dizer, em que lhe “tiram o chão debaixo dos pés”. É então que ele, forçosamente coloca em causa a sua felicidade, optimismo e planos para o futuro! A forma como se relaciona com as pessoas que lhe rodeiam, ou como este encara a própria vida. A forma como guiou o futuro dos seus próprios filhos, um adolescente e um pré-adolescente, o que é que ele espera ou se pode acreditar que, de alguma forma, eles poderão ter alguma espécie de futuro… Tudo enquadrado na situação actual.

Atendendo ser enquadrado no panorama actual, as palavras proferidas levam-me a questionar se a história tem uma base real ou empírica.
Antes de mais, não é de todo uma autobiografia. Parte de uma questão pessoal que é a esta da felicidade e nesse sentido o “Daniel” não sou eu, mas identifica-se bastante comigo. Eu sempre me senti uma pessoa feliz, satisfeita com a vida e isso sim, é um ponto de ligação com a realidade. Mas de resto as restantes personagens, episódios não vêm de mim.

É certo que aparecem situações reais que eu li em jornais, ou vi na televisão. Embora sejam coisas que possam parecer absurdas ou extremadas, como o homem ir viver para o carro, são cenários que, infelizmente, de facto acontecem! Outra situação que aparece no livro, por exemplo, é um episódio de adolescentes serem violentos para um sem-abrigo. Nestes e outros episódios retrato a realidade, embora não seja com base na minha vida.

Para mim a literatura serve, antes de mais, para me fazer pensar e depois, quem sabe, o leitor.

Qual foi o seu objectivo a redigir esta obra? Procurava partilhar a sua visão acerca da felicidade?
Acima de tudo eu queria debruçar-me , falar, sobre a felicidade! Para mim esse era o tema base, por sempre me ter questionado da minha felicidade. Eu queria compreender o porquê de eu ser feliz, o porquê de outras pessoas aparentemente em melhor situação que eu, não o são. Compreender o que tem de acontecer para alguém não ser feliz, daí ter usado a vida destas personagens, e sobretudo a do “Daniel”.

Para mim a literatura serve, antes de mais, para me fazer pensar e depois, quem sabe, o leitor. Daí que não é tanto o partilhar, até porque não acho que a minha ideia seja a mais extraordinária, ou mais relevante do que a dos outros. Eu com este livro cheguei às minhas conclusões e sei que há leitores que chegaram a conclusões diferentes e ainda bem.

Pode afirmar ter alcançado esse objectivo?
Sim, claro que sim. É óbvio que nunca chegamos a respostas absolutas e nem todas as perguntas têm respostas. Há inclusive muitas perguntas que não suscitam respostas, mas sim, mais perguntas! O que às vezes é o mais importante.

Acerca de algumas perguntas iniciais, por exemplo, as respostas podem ser variadíssimas, e algumas até muito curtas e diretas. Mas o que queria saber era que outras perguntas poderiam aparecer colocando estas perguntas. Felizmente, isso aconteceu. Não fiquei com teorias definidas e definitivas mas porque também não era o pretendido. Mas aconteceu, o objectivo de escrever este livro foi cumprido.

Não deixei de reparar que se formou em Economia, no ISEG, no entanto escrever foi sempre a sua “paixão”, substituindo os números por palavras. Neste mesmo sentido, como tem sido a conciliação do seu objectivo no panorama actual português?
Eu cheguei ainda, após a formação, a trabalhar na área mas ia sempre escrevendo alguma coisa. Eu acho que nunca tive razão para duvidar que fosse possível escrever livros enquanto profissão. Talvez esteja a sobrevalorizar coisas que me aconteceram. Coisas más que talvez eu é que as tenha apagado da minha memória…

Mas tanto quanto eu me recordo, no percurso desde que publiquei o meu primeiro post de jornal, basicamente aconteceu sempre alguma coisa boa a seguir. Nunca fiquei seis meses, ou um ano, em que nada de bom estava a acontecer e nada de motivador, nada que me fizesse acreditar que eu estava no caminho errado.

Obviamente que foi difícil e claro que não está tudo perfeito, antes pelo contrário. É claro que houveram muitas coisas que não aconteceram e gostava que tivessem acontecido mas na generalidade e, hoje em dia, sinto-me muito satisfeito com a vida que tenho. Tenho o meu trabalho, escrevo todos os dias e se não estou a escrever é porque estou dedicado a outras partes da minha profissional, relacionados com a escrita, a fazer entrevistas, ou apresentações em escolas, bibliotecas, ou a fazer oficinas de escrita criativa, enfim, tudo ligado à literatura e isso para mim é muito importante!

Diz-se que no campo das artes, onde a literatura se insere, os artistas necessitam não só de criatividade mas também fontes de inspiração. Concorda? Caso tenha uma ou mais fontes de inspiração, poderá partilhar connosco qual/quais?
Eu não gosto muito do termo inspiração, porque parece sempre algo de mágico. Eu acho que não tem nada a ver com alguma coisa transcendente. Tenho ideias como outras pessoas têm ideias, obviamente que para ter ideias é muito mais fácil se isso for canalizado através de outra coisa qualquer. De uma conversa, por exemplo, ou de um filme que eu vejo, algo que eu testemunhe na rua. É sempre mais fácil sermos influenciados por factores que nos são exteriores.

Mas é verdade que, por vezes, mesmo olhando para uma parede branca, as ideias aparecem na mesma. De onde isso vem não sei, mas há de ser de memórias, vivências… Há escritores que dizem que tudo o que nós precisamos para escrever livros o resto da vida aconteceu nos primeiros cinco anos da nossa vida!

David irá receber o prémio numa cerimónia que terá lugar em Bruxelas, no dia 23 de junho. Qual a sensação face à data?
O prémio está a altura de outras situações que eu considero sucessos na minha vida enquanto escritor, às vezes não são necessariamente públicos ou até serem muito expansivos, como é o caso de um prémio. Mas obviamente que o prémio tem um valor muito específico e não acontece todos os dias!

Sinto bastante contente por haver um júri, alguém que está ligado ao meio literário, que já leu muito, que tem perceção daquilo que faz um bom livro… E que olhou para o meu livro, no meio de uma série de livros e achou que o meu livro merecia ser distinguido. Isso para mim já me deixa muito satisfeito.

No caso deste prémio, concretamente, tem uma vertente que é diferente, no facto de ser internacional o que dá uma projecção ao meu trabalho que não posso desvalorizar. Permitindo que o livro chegue a outros mercados, seja traduzido em várias línguas…

Julgo que todas as pessoas que escrevam um livro, tenham aquele livro que tenha mais significado para si. Qual a obra? Porquê?
Eu não tenho nenhuma obra favorita, sobretudo porque escrevo narrativas. Se me proponho a escrever um livro é porque encontrei uma narrativa que me vai permitir pensar e viver ou experimentar alguns temas sob os quais quero pensar e sentir algo. No momento em que isso deixa de acontecer eu paro de escrever o livro. Pelo que nunca volto ao mesmo livro.

Pelo que se foi livros que publiquei, ou cheguei ao fim, foi porque me trouxe algo de novo. Claro que há diferenças entre eles, há uns que me levam mais por um caminho do que por outro. A única diferença maior há de ser que aquele livro que eu estiver a escrever no momento é o que sinto mais! Cujas questões ainda andam à volta dentro da cabeça.

P1120146

“antes de pensarem em escrever têm de ler!”

Qual o conselho que, em forma de mensagem, deixa àqueles que queiram fazer da sua vida a literatura?
R. O que costumo dizer é muito simples: antes de pensarem em escrever têm de ler! Têm de ler bastante, porque só assim se percebe do que se trata a literatura. Só assim é que podemos delinear na nossa cabeça aquele caminho que queremos seguir. Depois é tentar, não exactamente copiar, mas tentar fazer o mesmo género de coisas. Para quem está a começar o mais importante é mesmo isso, ler.

 

 

 

fotos: DR

 

D’Ornellas Boots – Joana e Gonçalo D’Ornellas em entrevista

dornelas1

D’Ornellas Boots constitui uma marca portuguesa de botas, que surgiu em 2013 (dois mil e treze). Uma linha de calçado de dois irmãos, sendo os seus criadores e rostos Gonçalo D’Ornellas e Vasconcelos e Joana D’Ornellas. A excepcionalidade destas botas vai de encontro à sua qualidade e singularidade, qualidades provenientes do facto destas botas serem manufacturadas por artesãos portugueses e materiais também portugueses na sua totalidade.

dornelas2a1

Quais as motivações que vos levaram à criação da marca das botas D’Ornellas?

A razão do surgimento das botas constitui em si uma história muito engraçada. A nossa família tem por si muita ligação à experiência rural, essencialmente em torno dos cavalos. Neste mesmo sentido o primeiro modelo D’Ornellas acabou por ser desenhado pelo Gonçalo, numa óptica de possuir umas botas versáteis que pudessem ser utilizadas tanto no campo como na cidade.

De uma necessidade particular acabou por se optar por iniciar o negócio. Permitindo ao consumir a obtenção de um par de botas que se adapta no diversos contextos, desde o clássico e elegante acompanhar de um fato, ao informal das calças de ganga.

Embora este modelo inicial tenha sido desenhado tendo em mente, enquanto público-alvo, o Homem, actualmente já produzimos quer modelos masculinos, quer femininos. Obviamente com linhas de design adaptados ao género, mas com o mesmo objectivo inicial. Podendo ainda caracterizá-las enquanto:

Produto 100% Português, feito à mão a partir do melhor couro por artesãos especializados, o conforto e design destas botas torna-as na opção ideal para utilizar em diversas situações do quotidiano.


Uma vez que acabaram por desenvolver modelos para Mulher, gostaria de saber se constituí  também  interesse em desenvolver uma gama para crianças?

Para criança nunca pensamos em fazer, uma vez, que fabricamos botas a partir do número 34 (trinta e quatro), para além de meios números. Como referido começamos com botas para Homem e agora já temos modelos para mulher, aos quais tivemos uma grande receptividade.

A D’Ornellas Boots tem actualmente três modelos disponíveis: o modelo clássico de atacadores as “D’Ornellas” e, mais recentemente concebidos, uma Bota de Elásticos laterais, as “Chelsea” e uns Sapatos (com nome a divulgar futuramente).

Num prazo, e aqui sim, constituí do nosso interesse abrir o espectro, será de desenvolver uma linha de Malas, Carteiras e alguns acessórios. Mantendo assim o mesmo público-alvo, mas indo de encontro à satisfação dos interesses e necessidades dos nossos clientes.
11091356_10153218612864304_673896620_n
Onde pode o cliente obter os vossos produtos?

O cliente pode adquirir as botas D’Ornellas e entrar em contacto directo connosco no nosso Showroom em Lisboa, onde se encontram todos modelos existentes em exposição.

A aquisição pode ainda ser realizada on-line ou ainda personalizada, sob a qual nós nos disponibilizamos a deslocar ao local onde o cliente se encontra, na zona de Lisboa.

[Todos os produtos encontram-se no site, podendo acompanhar os desenvolvimentos da marca nos seguintes links: www.dornellas.pt / www.facebook.com/dornellas.boots ou ainda entrar em contacto directo, através de: www.facebook.com/joana.dornellas]

 

Em termos de alcance a marca já ultrapassou as fronteiras portuguesas, alcançando Xangai, México, Nova Iorque, França e Inglaterra. Qual o passo que se segue em termos de metas face ao estrangeiro?

Para além dos países mencionados, felizmente, D’Ornellas Boots já alcançou mais países. Sendo que actualmente já foi possível vender os produtos, através da internet para Israel, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Bélgica, Suíça, Brasil.

Em termos de metas, e após a abertura de portas em Portugal, a ambição é seguir este mesmo exemplo e sucesso noutras capitais mundiais. Ou seja, procurar a abertura a horizontes ainda mais diversos e desafiantes.

Quais os obstáculos que, pessoalmente, sentiram ao procurar expandir a marca para o estrangeiro?

Quando se inicia um negócio existem sempre realidades que nos são imprevistas, não sei se lhes chamaria necessariamente obstáculos. Mas é evidente que os desafios são diversos, estamos cientes de que o crescimento deverá sempre ser controlado.

Procurando o máximo de realismo possível, sem dar passos maiores do que as próprias pernas. Até porque sendo as botas fabricadas à mão, a produção nunca poderá ser em massa, isto é, não conseguimos explodir em quantidades imensas. Ainda assim, estamos a ganhar estrutura para um novo voo para a Europa o que é por si muito positivo para a marca.

10675612_10152812693244304_6418234741684586065_n[1]


De volta a Portugal, a marca já foi convidada a estar presente em inúmeros eventos. De entre essas experiências, qual foi a mais marcantes?

Todos os convites são bem-vindos e desde já agradecemos e muito a todos aqueles que até então nos tem convidado para os mais diversos eventos de norte a sul do país. Mas fazendo referência a um marco, o mais importante do ainda breve percurso das D’Ornellas Boots, foi o convite para participar na Moda Lisboa. Foi marcante pois permitiu-nos abrir um percurso no mundo da Moda, o que em termos de uma marca de calçado é fulcral e acima de tudo, benéfico.

Já se tocou nas metas em termos de passagem de fronteiras, resta perguntar quais os novos objectivos que pretendem alcançar com o negócio nos restantes domínios.

Ao criar a marca D’Ornellas Boots começámos a percorrer um caminho mais difícil do que esperávamos. Estamos a falar de uma marca muito recente e ainda embrionária.

A D’Ornellas Boots têm vindo a evoluir tanto nas peles adquiridas, nos mesmos fornecedores de grandes marcas mundiais, evoluímos também em termos da densidade da borracha, entre outros pormenores que marcam a diferença. Optamos essencialmente por defender e apostar na qualidade, no design e no conforto.

Os projectos têm que ser desenvolvidos com paixão para vingarem, é essa paixão que tentamos pôr em tudo em que nos envolvemos, por essa razão, podemos orgulhar em dizer que a marca tem crescido e o objectivo passa por continuar nessa linha nos vários pontos já falados.

Para terminar, fugindo um pouco à formalidade, gostaria de saber a opinião de ambos de “como é trabalhar em família”.

Trabalhar em família, por vezes, não é fácil e temos que ultrapassar algumas ou mesmo muitas contrariedades. No entanto trabalhamos sempre com a total confiança e cumplicidade que nos une e nos torna num só. Se os diferentes pontos de vista e feitios nos levam a algumas divergências, também são essas características que nos complementam, abordando os desafios nos diferentes pontos de vista.

11091165_10153218631064304_1902874962_n

fotos: DR

Lisboa Menina e Moça!

Lisboa 3 - Câmara Municipal de Lisboa

No passado dia 01 (um) de abril de 2015 (dois mil e quinze) saiu uma notícia no jornal New York Times acerca da capital de Portugal. Felizmente Lisboa é vista aos olhos dos estrangeiros enquanto uma pérola de lazer a visitar.

É uma cidade admirada pela sua construção ser apelativa a caminhadas, descrevendo-a enquanto colinas com vistas extraordinárias ao virar de esquinas. É conhecida não só pela noite, como pela música (fado), jardins e comida, percorrendo as mais diversas instalações desde os Pasteis de Belém, a restaurantes pela comida tradicional portuguesa ao peixe fresco, oriundo da sua localização favorável ao Atlântico sendo privilegiada, mais a oeste, pelas brisas do mar e a capital do Surf (Carcavelos).

Não é de estranhar que seja ainda comentado o contraste entre uma cidade moderna, com uma relação muito especial à história romântica e tradição portuguesa. Para não falar do clima e da luminosidade de Lisboa, algo que devemos valorizar!

Lisboa - Jules Pro Photography

Lisboa enche-se de vida com as pessoas a correr um lado para o outro contra o tempo. Entre estas correrias existem sempre turistas com uma máquina fotográfica na mão, caras vermelhas, óculos de sol e mangas arregaçadas. Lisboa , como referido, retrata a história portuguesa, uma miscigenação não só de culturas, mas também vestuários e personalidades que embora pareçam de tão longe estão tão perto.

O conselho que fica a todos os portugueses é de sermos turistas na nossa própria capital. Portanto se não visitaste a maioria dos locais apresentados no vídeo, de que estás à espera? Nada como uma caminhada por Lisboa para amenizar a consciência dos excessos de doces e da preguiça do fim de semana em família. Por isso mais do que a vida de Lisboa, faz dela parte da tua vida, parte da tua história e parte da tua memória.

Uma boa semana a todos!

Lisboa 1 - Jules Pro Photography

Fonte: http://www.nytimes.com/2015/04/05/travel/-2015-04-05-travel-what-to-do-in-36-hours-in-lisbon.html?_r=0

Fotografias:  CML e Jules Pro Photography