Spark Agency – Miguel Gonçalves em entrevista

MGoncalvesO Miguel Gonçalves é uma pessoa particularmente difícil de descrever. Não por falta de qualidades já reconhecidas, mas por parecer simplista lançar dois ou três elogios. Talvez desassossegador de mentes entorpecidas encaixe com o papel que tem feito nas inúmeras palestras realizadas ao longo dos últimos anos.

Mas Miguel é muito mais do que isso e a sua visão levou-o mais longe. A Spark Agency é uma empresa criada em conjunto com a Tânia Delalande especialista em talento. Um conceito original e inovador que veio revolucionar o mercado de trabalho. Foi no escritório da Spark que o conheci e tive a oportunidade de o entrevistar. Com amabilidade enorme e uma energia contagiante, conversámos sobre como surgiu a sua ideia, de como é ser empreendedor em português e, principalmente, do mercado de trabalho em Portugal.

Conversámos também sobre o Picth BootCamp, um acelerador de carreiras que já conta com 34 edições e mais de 1000 postos de trabalho. Aliado a uma equipa muito apaixonado, muito viva e focada, redescobrem novas formas de aproximar o talento jovem com as empresas portuguesas.

“ Falem da nossa Excelência. Falem dos nossos casos fantásticos no mundo todo” disse numa palestra do TedEx Youth Braga. Desta vez, foi a Excelência Portugal que falou com ele. E descobrimos que é mais um dos casos fantásticos que é preciso dar a conhecer.

sparkO Miguel e a Tânia são os rostos principais da Spark Agency. Que papel tem cada um na empresa?

O que diz na minha assinatura é comandante executivo e a Tânia é problem solver. O meu trabalho resume-se a imaginar uma parede branca e colocar um ponto preto na parede. “O caminho é este”. O trabalho da Tânia é encontrar a maneira mais cost efective e funcional de chegarmos ao ponto. Garante que a máquina funciona. O meu é mais sugerir, empurrar, fazer crescer ideias.

E foi com a junção destes dois talentos, diversos, que nasce a Spark. Uma empresa dinâmica, explosiva e diferenciadora. Muito jovem mas com a sua posição já muito marcada no panorama nacional.

A Spark tem só tem 3 anos. Em 2011 estávamos já a trabalhar mas era ainda um projeto, não uma empresa. Vamos a meio do quarto ano e a empresa tem vindo a mudar. Temos vindo a explorar novas oportunidades de negócio e por isso o nosso modelo de negócio também tem vindo a evoluir. Hoje temos uma área muito forte de recrutamento, search executive, mas trabalhamos principalmente em employer branding. sparky1aNeste contexto, como se posicionam os Pitch Bootcamp na missão da empresa?

Ajudamos as empresas a serem mais apelativas junto do talento alvo que pretendem magnetizar. Trabalhamos a cultura organizacional ajudando as equipas a desenvolver e ritualizar comportamentos. O Pitch Bootcamp acaba por ser um híbrido de missão com o sonho de mudar Portugal. Acaba por ser o produto que mais problemas viu resolvidos até hoje. Estamos a fazê-lo há dois anos, quase três, já esteve com 3000 mil “miúdos”, 2000 profissionais de 600 empresas, 34 edições. Já chegou a uma fase de apuramento muito sólida. Acaba por ser a coisa mais trabalhada, apurada, que mais investimento viu por parte da Spark.

O conceito do Pitch Bootcamp foi criado de raiz pela Spark Agency. O que traz de novo ao mercado de trabalho?

O que traz de novo? Traz muitas coisas novas, não apenas nos conteúdos mas também na fórmula. A forma per se é bastante disruptiva e o picth bootcamp aparece de uma experiência anterior que tínhamos tido que foi o “So you think you can pitch”. Muito parecido com o “So you think you can dance” ou outros programas do género. Em 2011 lançámos no mercado, correu incrivelmente bem! Estivemos com imensas empresas, 5 mil candidaturas, várias edições, centenas de postos de trabalho e percebemos que existia ali uma oportunidade de negócio muito interessante. O objetivo era redesenhar e reinterpretar a forma como jovens se apresentam nas empresas e como as empresas se apresentam aos jovens, dando origem ao Bootcamp como temos hoje. sparky2aUma das características deste evento é o facto de decorrerem sempre numa universidade. Uma estratégia que pretende aproximar estes dois agentes?

Acontece em faculdades por um ponto de vista simples: muitas empresas têm ainda a perceção que as academias estão muito longes do mercado. E algumas de facto estão enquanto que outras tem já departamentos muito especializados. Quando o Picth Bootcamp acontece neste contexto estamos especificamente a dizer a estes dois stakeholders que precisam de estar juntos! E considerando que em média, cada edição tem 120 empresas, estamos a dizer às empresas que a faculdade esta aberta e estamos a dizer à faculdade que as empresas estão disponíveis para os seus alunos.

Estão também a dizer que ambas funcionam melhor se estiverem juntas.

Funcionam muito melhor se tiverem juntas a vários níveis! Podem ajudar a comunidade académica a direcionar a sua pedagogia. Podem ajudar os alunos a perceber quais as reais necessidades do mercado. E podem ajudar as empresas a perceber quem são estes os jovens, que expectativas têm, que ambicionam, quais os seus objetivos, que canais utilizam até as empresas? Que talento é este que está a crescer todos os dias nas faculdades e que é tão diferente das gerações anteriores? O que lhes vai na alma?

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Os dois dias do Pitch Bootcamp estão amplamente preenchidos do início ao fim. Como estão organizados?

Ao longo dos dois dias os diferentes stakeholders são submetidos a muitas experiências diferentes. Temos um framework que tem vindo a ser desenvolvido e que tem quatro partes fundamenteis. Primeiro trabalhamos com os bootcampers no seu produto. Ou seja, que competências eles trazem ao mercado de trabalho. Perceber quem é que eu sou, o que é que eu já fiz, quais são as minhas principais experiências, que competências já desenvolvi até aqui. Depois passamos para o cliente. Em que tipo de indústrias quero trabalhar? Em que tipo de funções gostava desempenhar? Em que empresas posso desempenhar estas funções?

Mas depois terá de existir a ligação entre os dois, certo?

Claro, e daí passarmos para a proposta de valor. Depois de saber o que é que vendo e a quem vou vender, tenho de perceber que match existem entre as necessidades do cliente e aquilo que lhe apresento. Se houver match tenho uma proposta de valor forte, se não houver é mais fraca. Por fim, trabalhamos a comunicação. Como desenvolver o “eu” online, previsões curriculares, assinaturas de email, como recorrer a candidaturas específicas, candidaturas espontâneas, ….

No 2º dia temos o dia com as empresas e acontece o pitch propriamente dito. As empresas estão distribuídas em mesas com mais três pessoas e cada participante tem agora 3 minutos para fazer um pitch e oportunidade de fazer perguntas e questões.

O Pitch Bootcamp acaba por ser um acelerador da carreira. Em apenas dois dias faz-se um processo que sozinho demorar-se-ia muito mais tempo ou só se fazia muito mais tarde. Acha que é possível aos jovens ficarem referenciados no mercado?

Não, não é possível ficar logo referenciado mas abre muitas portas. Se és universitário ou acabaste o curso à pouco tempo e queres explorar oportunidades de negócio, não conheço nenhum sítio em Portugal mais interessante para o fazer do que o Picth Bootcamp. Porque de uma forma muito rápida, muito cost effective e muito intensa consegues chegar a muitas empresas. Acelera de facto a tua carreira e dá-te uma visão crítica sobre o mercado mas, sobretudo, ajuda-te a pensar no que se quer efetivamente na carreira. Porque se eu quero muito, tenho de estar disponível para investir. É extremamente importante trabalhar muito e bem, mas mais importante trabalhar bem do que muito.  E o bootcamp ajuda-te a perceber isto e mostra que é possível ter uma carreira excecional. Está nas tuas mãos construir essa carreira todos os dias. pitch2A quantidade das empresas presentes no último dia é um dos aspetos mais aliciantes do evento.

E não é apenas a quantidade das empresas mas a qualidade das pessoas que vêm apresentar as empresas! Pessoas muito fortes dessas empresas. Diretores de bancos, diretores executivos, de marketing, de R&D, CEO’s, … Pessoas a quem vendo talento vivo, fresco e forte consigam fazer um bypass ao recrutamento e dizer “Olhem, este miúdo é excecional, coloca em partline e vamos entrevistá-lo”. Ou seja, é a oportunidade de uma pessoa de 20 anos poder falar com pessoas que podem ser potenciais clientes mas que, ao mesmo tempo, podem passar bom feedback sobre as suas opções.

Torna-se possível falar diretamente e de uma forma muito natural com pessoas que muitos não imaginariam conseguir chegar. Acha que é fácil chegar a elas?

Às vezes o mercado tem a perceção que há uma escassez de forma ou de metodologia para entrar em contacto com os agentes de mercado. O que em rigor é mentira. A experiência diz-me que é mais fácil agora entrar em contacto com as empresas do que nunca foi. sparky3aMas esta facilidade advém também de uma mudança por parte das empresas, que têm vindo a alterar nomeadamente o conceito de recrutamento jovem.

A realidade tem mudado dramaticamente. As empresas vão à academia porque precisam de rejuvenescer as suas equipas e de obter ideias novas. Se me perguntares, talvez nos últimos 5 a 10 anos passámos do arquétipo do jovem das fotocópias para o jovem das ideias. São vistos como os talentos novos e que já estão a ser integrados nas empresas. A médio e longo prazo a serão os próximos gestores de primeira linha.

Esta preocupação crescente das empresas pela qualidade dos seus recursos humanos é uma evidência clara. Quer pela criação de programas de captação de alentos quer pelos alargados investimentos que são feitos nesta área. Esta evidência pode levar a um paradoxo, visto que o desemprego jovem tem apresentado resultados assustadores.

Como é que estas duas realidades coexistem?

Ninguém faz grandes investimentos para ter um rapaz das fotocópias. Tens dois mercados atualmente: o mercado das commodities e o mercado dos talentos. No primeiro são os jovens que têm de ir bater à porta das empresas e o grande critério das transações é o preço. No mercado das empresas são estas que vêm ter com os jovens. E isto muda tudo! É outro mercado, com outra configuração. É muito mais pequeno mas também muito mais vivo, onde são os jovens que escolhem onde querem trabalhar. sparky4aÉ muito fácil para os jovens, quando enfrentados com o mercado de trabalho, sentirem que não tem grande proposta de valor para as empresas. O que leva a que isto aconteça?

Uma coisa que acontece com imensa frequência na população universitária é assumirem que ausência de experiência é algo comprometedor. E assumem erradamente que o facto de não terem experiência legitima a utilidade que têm no mercado. Uma coisa que ajudamos no bootcamp é perceber que num recém-diplomado a empresa não espera experiência. Procura preditores de desempenho. O que é que esta pessoa já fez que me permite depreender que será um teamplayer, que fará fit na minha cultura ou numa equipa, que produz resultados…

E que é capaz de lidar com os desafios que vão aparecer. As softs skills ganham cada vez mais importância nas equipas de trabalho e daí serem um ponto importante nos processos de recrutamento. Em que é que o Picth Bootcamp ajuda neste aspecto?

Uma das coisas mágicas que acontece no bootcamp é ajudar a perceber que a moeda de mercado são as competências. E as tuas competências que foram desenvolvidas na academia, nos voluntariados, a fazer desporto, no núcleo de alunos, na Excelência Portugal. As competências que tu desenvolveste em tudo o que já fizeste.

As grandes transformações que ali acontecem ocorrem quando as pessoas se espantam “Uau, eu que achava que não tinha nada para trazer ao mercado, afinal de contas tenho imensas coisas válidas”. É um dos grandes efeitos pedagógicos destes eventos.

No início, muitas pessoas diziam que o conceito não ia resultar. Não foi fácil, mas a Spark mostrou é possível e criaram um produto novo num mercado que precisava de ser abalado. Que conselho dá a todos os portugueses que estão na primeira fase dos seus sonhos, das suas ideias?   

A malta pergunta muitas vezes se aquela ideia é boa ou má, se vai funcionar ou não. E eu respondo da mesma forma: só o mercado é que sabe se presta ou não presta. Só o mercado é que sabe se uma ideia de negócio se transforma num negócio. No início a reação foi lenta, mas o mercado reage sempre, sempre à qualidade e à persistência. Foi estarmos sistematicamente a tentar ser bons e não atirar a toalha ao chão demasiado cedo. Melhorar edição a edição até chegarmos a um ritmo de cruzeiro que cresce por referência.

 

Fotos: DR

 

Um brinde aos vinhos Portugueses

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O finalizado mês de Maio foi palco de duas das mais reconhecidas competições mundiais de vinhos. Portugal glorificou a sua tradição vinícola na sua participação ao somar mais de mil as medalhas recebidas. Os vinhos portugueses mostram a excelência e qualidade que os identifica e conquistam cada vez mais uma posição prestigiada no panorama internacional.

O Concurso Mundial de Bruxelas realizou-se este ano em Jesolo, Itália e na sua 20ª edição reuniu mais os melhores vinhos oriundos de 45 países. Para serem avaliados e apreciados estavam presentes os mais conceituados apreciadores de vinho do mundo de 49 nacionalidades diferentes. Portugal não se deixou ofuscar, sendo que a participação portuguesas contou com mais de um milhar de amostrar e cerca de duas dezenas de provadores.

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Durante os três dias do concurso nos primeiros dias de Maio foram apresentados, no total, mais de 8 000 vinhos. Os vinhos com selo nacional trouxeram 12 medalhas de Grande Ouro onde se destacaram os D’Oliveiras (1977), Herdade dos Grous Moon Harvested (2012), Kopke Porto (1941) e Vale da Raposa Touriga Nacional (2011).

Para além destes, foram arrecadadas 107 medalhas de Ouro (de entre 802) e 212 medalhas de prata (de 1.507), provenientes das mais diversas regiões do nosso país, desde o Douro ao Alentejo, culminando em 331 medalhas na sua totalidade.

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Para além desta competição, os vinhos portugueses estiveram também presente na 32ª edição do concurso International Wine Challenge (IWC). Sendo considerado um dos mais prestigiados a nível internacional, teve duas semanas de provas cegas em Londres durante o mês de Abril. Cada vinho presente na competição foi “degustado pelo menos duas vezes” pelo júri e foram avaliados vinhos de 47 países.

No passado dia 18 de Maio foram anunciados os vencedores, onde os vinhos portugueses obtiveram 60 medalhas de ouro.

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Os vinhos do Porto sobressaíram, com 34 medalhas de ouro conquistadas. Destas, nove foram para a Sogevinus, através das marcas Barros, Burmester, Calém e Kopke. O IWC considerou que este produtor português teve uma presença “fenomenal” na competição deste ano, até por ser “muito invulgar” uma empresa receber mais medalhas de ouro do que outras. Tal, acrescentou, demonstra a qualidade dos vinhos do Porto criados pela Sogevinus.

Para além desta região, a Alentejo e a Madeira tiveram ambas seis vinhos premiados, seguindo-se o Douro e o Dão, com cinco cada, os vinhos verdes com duas medalhas e ainda uma medalha para um moscatel de Favaios (Douro) e outro de Setúbal.

Ao todo, Portugal obteve 617 medalhas sendo que, para além das de ouro, conseguiu ainda 223 de prata e 334 de bronze.

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“Estes resultados mostram que Portugal não é mais só um país de vinhos fortificados, mas que também produz vinhos não fortificados fantásticos. O vale do Douro e o Alentejo são duas regiões que fazem tintos tremendos e brancos cada vez melhores”, disse Charles Metcalfe do júri.

Referiu ainda que a região dos vinhos verdes também está a produzir “excelentes vinhos brancos, com muito sabor e menos álcool – perfeitos para o verão”.

Destacou-se ainda o vinho Justino’ Madeira Boal (1934) por ser o de mais idade premiado com ouro neste concurso, realçou o IWC.

 

Fontes: IWC, Açoriano Oriental e Revista Port
Infografia: IMG
Fotos: DR

Home Lovers – entrevista a Magda Tilli

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A Home Lovers nasceu quando Magda e Miguel Tilli queriam fazer uma mudança de vida. Depois de uma tentativa infrutífera no ramo imobiliário e deparados com o desemprego, decidiram ser a própria solução. Lançada no facebook, hoje esta mediadora é um caso de sucesso e uma referência no empreendedorismo.
Ajudar a encontrar a casa de sonho é o principal objectivo deste empresa que se distingue pela originalidade e pelas suas casas trendy e com alma. Conta já com 30 funcionários e espaços em Lisboa, Cascais e no Porto.
Fomos conhecer a sua casa e falar com a Magda, responsável pelo marketing. A palavra paixão foi a mais recorrente ao longo da entrevista. Nada que irá surpreender o leitor depois de a ler pois a Home Lovers deixa qualquer um apaixonado.

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Como surgiu a Home Lovers?

Em 2011, eu e o Miguel abrimos uma agência imobiliária tradicional. Passados seis meses, vimos que não estava a resultar. Foi bastante complicado porque estávamos os dois envolvidos e ficamos os dois parados. Foi aí que pensei em criar uma página no facebook, muito para ocupar o tempo que estava disponível e a paixão que continuávamos a ter pelas casas. Não tinha custos nem prejuízos. Foi muito intuitivo!

Como foi entrar num mercado à partida já sobrelotado e que acarretava algum risco?

Bem, nós já tínhamos experienciado que o modelo tradicional, com uma loja física, não ia funcionar no mercado. Quando criámos a página no facebook chamava-se inicialmente “Casas em Lisboa”, era só arrendamentos e não sabíamos concretamente o nosso conceito. Foi através de muitas tentativas e erros que se chegou a Home Lovers. Mas para entrar neste mercado para nós o que mais pesou foi a paixão. Foi a paixão pelas casas que nos fez continuar a estar neste ramo. Apenas tínhamos de mudar de direcção.

As redes sociais foram o vosso ponto de partida, neste caso, o facebook. Como foi escolher este meio?

Exactamente! Há uns anos atrás quase não havia comércio nas redes sociais e nós acompanhamos esta forte tendência crescente. Inicialmente diziam-nos que ninguém ia comprar uma casa que visse no facebook e nós viemos mostrar que é possível, se feita a abordagem certa! É muito interessante porque os nossos clientes não são apenas os últimos intermediários, os que compram as casas. Existem muitas pessoas que nos seguem e que vão vendo as casas na nossa página. Estas recomendam a outras pessoas espontaneamente, muitas vezes até com comentários nas publicações, e a divulgação decorre de uma forma muito natural.

O que de melhor se pode aproveitar destas?

Acho as redes sociais trazem, principalmente, uma enorme proximidade. Até podem não ser os compradores finais, mas é uma enorme mais valia estar tão próximo das pessoas. É um contacto não presencial mas que está muito presente. Para além disso, esta proximidade gera confiança, que é algo fundamental em qualquer marca. Existe depois a vantagem das partilhas e da divulgação, que decorre tanto virtualmente e como de “boca em boca”.

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E que o é mais difícil de lidar?

A obrigatoriedade da resposta rápida! Esta presença e facilidade das pessoas comunicarem connosco no facebook obriga-nos a ter de estar muito disponíveis a responder às perguntas e pedidos. Como as pessoas consultam as redes sociais a qualquer hora do dia, existe a tendência de perguntarem e pedirem informações fora do nosso horário de trabalho.

No início do projeto, quando éramos apenas duas pessoas, foi difícil conseguir dar sempre uma resposta com rapidez. E não tínhamos ainda um sistema de call center interno, eram os nossos números pessoais. Tínhamos pessoas a ligarem-nos ao domingo, já bem de noite! As pessoas ficam impacientes e querem muitas vezes soluções rápidas. Agora é mais fácil pois temos pessoas responsáveis por isso, mas pode ser complicado no início.

 

O que é que a Home Lovers veio acrescentar de diferente para atrair tanta atenção?

Começámos e fomos os pioneiros. Embora já haja uma maior preocupação das agências imobiliárias em estar presente nas redes sociais, termos sido os primeiros ajudou a criar uma referência. Temos também algumas características próprias. O facto de não termos uma loja mas recebermos as pessoas numa casa vai de encontro à relação que queremos ter com os nossos clientes. Temos também uma linguagem própria. A palavra imóvel não existe no nosso vocabulário! Também não temos vendedores. E tratamos o cliente sempre pelo seu nome.

Depois, viemos acrescentar um conceito diferente ao mercado. As nossas casas têm uma identidade comum.

 

Esta identidade é uma das chaves do negócio. O que é uma casa “Home Lovers”?

É uma casa pela qual nós nos apaixonámos! As nossas casas são muito diversas, temos T1 e palacetes do século XIX. Mas são todas casas onde dá gosto viver, que tem a personalidade. A localização é o segundo fator mais importante. As casas Home Lovers estão localizadas em zonas mais históricas e tradicionais mas acima de tudo zona de interesse. No início custou-nos muito rejeitar algumas casas que nos chegavam mas foi por esta seleção que conseguimos criar a nossa identidade. As casas tem um carimbo Home Lovers!

 

O facto de estarem mais perto das pessoas faz com que a escolha das casas seja mais emocional.

Claramente! Achamos que a escolha tem de ser sempre emocional. “Tenho que sentir que que pode ser minha”. O objectivo é que as pessoas sintam que possam viver nelas!

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As casas da Home Lovers parecem sempre mais alegres e acolhedoras. Como conseguem este efeito tão apelativo?

Sim, de facto damos grande atenção à forma como as casas são exposta. As casas precisam de ter movimento, de estarem habitadas, vividas. A fotografia é muito importante e investimos nesta parte desde o início. Quando vamos fotografar uma casa temos um enorme cuidado com a luz e somos muito perfeccionistas. Tentamos mostrar o potencial de viver nelas. Mas sem esquecer que uma casa inclui as pessoas e a sua vida. Muitas vezes preferimos que a estante esteja desarrumada ou o sofá com mantas porque as casas com vida são mesmo assim!

 

O que acha que os portugueses precisam para se apaixonar por uma casa?

Bem, pela minha experiência as casas de banho e a cozinha são as divisões que mais pesam na escolha entre casas. Características como os tetos trabalhados ou as madeiras também se revelam na hora de decidir.

“E pela minha, basta a mulher apaixonar-se que já não há volta a dar!” [risos.] (Miguel Tilli)

Neste momento, existe uma tendência diferente para a escolha da casa, principalmente em Lisboa. É dada uma maior importância a espaços exteriores e varandas. A luz e a própria história e contexto da casa são factores que pesam mais. Quere-se cada vez mais viver a essência do local e evitar os arredores. As famílias preferem agora estar próximas das zonas históricas e culturais, dos jardins, do mercado local. Se calhar não se importam tanto de não ter lugar de garagem pois ganham com a proximidade à cidade.

 

A própria Home Lovers é também uma casa com muitos residentes. Como é esta equipa?

Acho que também somos uma casa feliz! [Risos.] A nossa equipa é muito familiar e tentamos que cada um se sinta bem, se sinta em casa. A multidisciplinaridade é fundamental e temos pessoas de áreas diversas. Todas partilhamos a mesma paixão por esta área e temos algumas pessoas que foram nossos clientes e agora são nossos colaboradores, o que é incrível! O facto de eu o Miguel sermos um casal tem alguns contrapontos mas traz dinamismo e coerência ao projecto.

Outro aspecto que nos caracteriza é que aprendemos muito com os clientes e estamos dispostos a ouvi-los. A criação do nosso site teve origem em alguns seguidores que nos diziam que seria mais fácil organizar a pesquisa se houvesse outro suporte para além da página do facebook. É importante estarmos em sintonia e dispostos a mudar.

 

A sociedade portuguesa, em geral, julga muito os fracassos enquanto noutras o fracasso é visto como um passo necessário para o sucesso. Como foi lidar com insucesso inicial?

O primeiro choque é complicado mas depois disso temos de reagir. Como tínhamos filhos e estávamos os dois na mesma situação, não tínhamos alternativa senão seguir em frente. E esta tentativa foi fundamental para perceber o que é que não funcionava no mercado. O insucesso serve para sabermos que o caminho não é por ali e que temos de mudar de direcção. A paixão e o interesse que temos por este ramo fez com que não desistíssemos e quando vimos que podia existir uma alternativa, neste caso o facebook, decidimos apostar. E acho que fizemos bem!

 

O que espera da Home Lovers daqui a 5 anos?

Acho que é muito importante estarmos a evoluir e nunca estagnar. É preciso fazer alterações e aprender com os erros. Daí ser difícil de saber o que espero daqui a alguns anos. Sei de certeza que vamos continuar apaixonados pelas casas e com a mesma vontade de a partilhar.

Existe uma ideia de crescimento com os clientes que já experienciámos e que queremos manter. Desde os jovens que procuram a primeira casa para partilhar, depois a casa para viver com os namorados, o aparecimento dos filhos a necessidade de uma casa maior… A vida do cliente cresce com as casas e nós queremos continuar a fazer parte disso!

 

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Fotos: DR

Just a Change – Uma pequena grande mudança

LogoEm Portugal existem 150.000 famílias identificadas como vítimas de Pobreza Habitacional. Vivem em casas que não lhes concedem a dignidade a que todos os seres humanos têm direito.  Face a esta realidade cada vez mais próxima, sete jovens decidiram  por “as mãos na massa”.  Obra a obra, o “Just a Change” vai transformando as casas mais necessitadas e o mundo de quem as habita.

No princípio de 2010, dois amigos experimentaram ir tocar guitarra para a Baixa de Lisboa e conseguiram angariar algum dinheiro. “E agora, o que é que fazemos?” Foi através de algumas tentativas e erros que se chegou ao conceito actual: remodelar casas degradas de famílias e instituições. Assim, em  Fevereiro do mesmo ano foi fundado o projeto “Just a Change” e , sete meses mais tarde, oficialmente constituído como Associação Sem Fins Lucrativos.

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A origem do nome está relacionada com as duas vertentes marcantes do projecto. “Just a Change”, que significa “Apenas uma Mudança”, está associado à solução que se propõem a aplicar:  a remodelação de habitações desapropriadas para uma vida digna. Estas podem ser de famílias ou idosos portugueses bem como de instituições de solidariedade social. Pretende-se trazer “Apenas uma Mudança” que se revela significativa na qualidade de vida dos beneficiários. A outra denominação advém da expressão “Apenas uns trocos”. Foi através da primeira experiência de angariação de fundos que nasceu a ideia. Através do dinheiro doado pelas pessoas que passavam na rua surgiu a necessidade de o aplicar em algo que pudessem fazer realmente a diferença.

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“Casa sã, mente sã”
O “Just a Change” defende que é no direito a uma habitação digna que se encontra uma das necessidades mais profundas e imensuráveis  do ser humano: a necessidade de ser valorizado, respeitado e incentivado.  Devolver a dignidade habitacional a uma família pode ter impacto na sua vida ao nível social,  educacional, da saúde e  bem estar.  A reconstrução das casas assenta na esperança que se possa criar nos seus habitantes uma vontade de mudança e um sentimento de esperança e determinação nas suas vidas.
Durante toda a execução  o “Just a Change” tenta criar uma relação com os seus beneficiários,  atribuindo à obra uma dimensão humana e de convívio. Deixa de ser apenas um trabalho de construção civil para um trabalho de construção de relações. Desta forma, acrescenta-se valor e sentimento ao processo. Aos voluntários cabe o papel de contagiar a sua alegria aos habitantes e a toda a comunidade vizinha com o seu espírito jovem e animado
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Para acompanhar o crescimento desta associação, o grupo inicial de sete jovens que originou o projecto foi alargado para vinte e seis pessoas. Recentemente, António Bello, um dos fundadores , foi nomeado director executivo e está dedicado a tempo inteiro a este projecto. Estando associada a diversas instituições que conhecem em primeira mão a realidade das famílias, esta associação consegue actuar de forma mais eficaz e onde é realmente necessária .
Guiados pela visão de “Um mundo onde todos têm uma casa digna de se viver”, a missão do “Just a Change” passa também por mobilizar os jovens universitários como voluntários. Se estes forem sensibilizados a olhar para a dificuldades dos outros e para uma realidade social diferente da que vivem, constrói-se uma sociedade mais solidária e atenta às suas necessidades. Desde a sua génese, mais 800 voluntários tiveram a oportunidade de participar nesta experiência transformadora, adquirindo capacidades como o trabalho em equipa e gestão de tempo.
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Ser voluntária no Just A Change trouxe-me uma visão completamente diferente do Bairro da Serafina. Há muita vida e cultura por detrás de alguns muros destruídos pelo tempo.
Muito mais do que ajudar a construir casas para os que mais precisam naquele bairro, sinto que lhes devolvemos um pouco da sua história e a reconstruir o espaço a que chamam de lar.
Mafalda Cortinhal, voluntária do “Just a Change”

O balanço tem sido muito positivo com 28 casas particulares e 7 instituições já remodeladas. Estima-se ainda que 400 pessoas carenciadas tenham beneficiado directamente da acção do “Just a Change”.  O projecto têm trabalhado para  alcançar a auto-sustentabilidade do seu modelo operacional e financeiro, de forma a chegar ao maior número de casas possíveis.  Entretanto, foi reconhecido em 2011 com o prémio Do Something  na categoria de Melhor Projeto Nacional relacionado com as Artes e em 2013 com a menção honrosa do Prémio Voluntariado Jovem Montepio. Reconhecimentos que vieram comprovar o trabalho desta associação que pretende, com apenas uma mudança, mudar Portugal e o Mundo.

fotos: DR

Science4You: uma empresa portuguesa que leva os brinquedos muito a sério

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Depois de uma experiência de trabalho pouco satisfatória e com apenas 22 anos, Miguel Pina Martins decide agarrar no seu projeto de fim de curso e torná-lo realidade. Em Janeiro de 2008 nasce a Science4You, uma das Startups de maior sucesso que veio revolucionar o mercado dos brinquedos.

A ideia surge durante um trabalho de final de curso na licenciatura de Gestão no ISCTE e nunca desapareceu das opções de Miguel Pina Martins, o CEO da atual empresa. Depois de seis meses a trabalhar na banca de investimento, a ideia ganha vida e é fundada a Science4You. Com o espírito empreendedor e energia característica do jovem empresário, a empresa nasce com o objetivo de melhorar os níveis de educação na Sociedade, através do desenvolvimento de brinquedos e jogos que permitissem às crianças aprender enquanto brincam.

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“Aprender a Ciência de forma lúdica” é o mote que está presente na idealização de qualquer produto. Os brinquedos estão sempre relacionados com um tema científico que é abordado de uma forma interactiva e apelativa para as crianças. Criações como o Carro Eólico, Avião Solar ou a Fábrica de Sabonetes fazem as delícias dos miúdos e dos graúdos. E no meio das 350 referências actualmente disponíveis, a maioria a um preço bastante acessível, o difícil é mesmo escolher.

Um dos pontos chave do sucesso e da rápida aceitação dos seus brinquedos científicos é o seu carácter educativo. Os brinquedos convencem os pais antes de encantarem os filhos. Isto porque lhes dá a oportunidade de consolidar os conhecimentos que aprendem na escola aplicados na prática através dos próprios brinquedos.

Os produtos tem a certificação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, parceira da empresa desde a sua origem, o que garante aos pais a qualidade dos produtos. Nos último anos tem estendido o seus portfolio que conta já com a organização de festas de aniversários, campos de férias; cursos de formação e animação científica.

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E se no início começou como uma StartUp, hoje pode-se afirmar que é uma empresa sólida e reconhecida no mercado. A  Science4you comercializa atualmente os seus brinquedos em mais de 15 países. Conta já com escritórios próprios em Portugal (Lisboa e Porto), Espanha (Madrid) e no Reino Unido (Londres) e um dos principais objetivos  é que 60% da faturação seja proveniente dos mercados internacionais. Para satisfazer a procura a empresa tenciona empregar este ano cerca de 200 pessoas. Para além dos escritórios, a empresa possui 25 espaços próprios e cerca de três mil postos de venda.  A brincar a brincar,  assunto já é sério: em 2014 a Science4you faturou 6,5 milhões de euros  sendo que a previsão para 2015 é de 12 milhões de euros.

E qual a fórmula do sucesso?  Um equipa jovem, dinâmica e empenhada no projeto. Engenheiros, biólogos, gestores  designers e sociólogos que se sentam à mesa para encontrar novos brinquedos, novos temas, novos mercados e projetos. Poderá não ser o único ingrediente para o sucesso, mas a qualidade e multidisciplinaridade da equipa é decerto um fator fundamental para as conquistas alcançadas por esta empresa.

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E os reconhecimentos não tardaram a aparecer.  Em 2010, Miguel Pina Martins ganha o Prémio de Empreendedor do ano atribuído pela Comissão Europeia e no mesmo ano a Science4you é reconhecida pelo governo Britânico através do Business Internalization Award. Em 2014 vence o  prémio Start Up of the Year através da Portugal Ventures e recebe o prémio Líder na categoria Empreendedorismo pela LIDE Portugal. Mais recentemente destacou-se com o  Prémio Produto do Ano, na categoria Brinquedos Didáticos, que veio demonstrar o reconhecimento mais importante de todos: clientes que valorizam a inovação dos produtos e certificam a qualidade desta marca.

Crianças contentes, pais satisfeitos e a Ciência disponível para todos fazem da Science4you uma empresa de sucesso.

 

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O que é a Inventoo? Entrevista com Fernando Cortê-Real

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Fernando Cortê-Real, um inventor nato, percebeu um dia que a sua mulher tinha dificuldade em tirar a cadeirinha de bebé no carro. “Mas porque é que a cadeirinha não gira 90 graus?”. Depois de a ideia lhe ter surgido, partilhou-a com as grandes empresas do mercado e viu a sua invenção ser implementada uns anos depois. Coincidência ou não, esta experiência foi o primeiro passo para a criação de um novo conceito que permitiu a criação da Inventoo. Fomos descobrir mais sobre este recente projeto e sobre o seu fundador, que partilhou com a sua extrema simpatia e discurso motivador as ideias que pretendem revolucionar o mercado.

O que é a Inventoo?

A Inventoo é uma plataforma de inovação que tem com o objetivo juntar inventores e marcas. O pressuposto básico é que nem todos os inventores, só por serem inventores, têm de se assumir como empresários. Acho que é um conceito que está muito instalado e que na minha opinião é errado porque nem todos tem a vontade, a disponibilidade, os recursos, enfim… Muitas vezes nem o perfil para o ser.

No fundo, o inventor pode ser um bocado como um escritor. Escreve o seu livro mas depois não faz chegar o livro às bancas: não edita, não produz, não distribui.

O formato que quero trazer de novidade é este. O inventor pode inventar mas depois não tem de ser o empreendedor por natureza. Portanto, pode tentar vender a sua invenção a marcas que já existem. Por exemplo, alguém que tenha tirado o curso de química ou biologia e inventou um novo conceito de pasta de dentes e tenta vender à Colgate, Pepsodente, a qualquer outra marca.

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Ou seja, em vez de ir sozinho ter com as marcas, vai pelo intermédio da Inventoo.

Sim e porquê? Porque o tentar ir sozinho é muitas vezes aquela “Missão Impossível”. Quando se bate à porta das grandes empresas é sempre difícil de o fazer. A logística é complicada mas não só. Imagine uma empresa como a Coca-Cola. Seria impossível ver tudo aquilo que lhe bate à porta. Porque eles não fazem os castings como nos concursos de música e de dança!

Portanto o objetivo é tentar transformar isso numa relação “Business to Business” ou seja, o inventor vai à plataforma e promove a sua invenção. Ele não explica o que é, faz apenas uma pequena publicidade. Isto para depois as marcas que conhecem a plataforma irem pesquisar invenções que possam interessar a sua indústria e a sua empresa.

O Fernando conseguiu identificar um tipo de inventor que denominou de entreployeeneur. De onde vem este novo conceito?

O que eu identifiquei é que existia um novo agente. Não está agarrado exclusivamente ao conceito de entrepreneur que eu acho que é exagerado por generalizar a todos os inventores. Entreployeeneur vem da mistura das palavras entrepreneur e employee. Ou seja eu posso continuar com o meu trabalho, não desistir da minha carreira, não correr riscos e ao mesmo tempo tenho uma invenção e posso ter sucesso e conseguir vende-la a uma marca. Tentar ganhar com esta invenção, fazendo render um passatempo e transformá-lo em negócio não pondo em causa a vida do dia-a-dia.

E mantendo também a formação base de cada inventor

Um advogado pode inventar algo que possa ser a próxima Coca-Cola do deserto! E não teria de desistir da advocacia para ser empreendedor numa área de formação que não é a sua. Acho que é algo que está muito instalado e que deve realmente ser mudado.

Mas não será fácil mudar esta mentalidade

Vai ser difícil porque vai ser preciso que as pessoas percebem que é possível. Até porque hoje em dia, muito por causa da crise, o conceito de open innovation das empresas está muito recetivo. Não existe é muito neste conceito de push, da pessoa para o mercado.

O que acontece é um bocado ao contrário. As grandes empresas como Sony, Starbucks quando têm dificuldades de resolver problemas técnicos, põem em plataformas o desafio “Preciso de resolver esta situação”e as respostas surgem.

A Inventoo quer responder de maneira diferente à maneira como as empresas interagem com o mercado. Qual a alternativa?

Este conceito de pull é muito baseado em ter um problema e pedir ajuda ao Mundo para o resolver. É muito reativo. Aqui quero promover algo muito push, mais proactivo! Imaginemos que a Inês tem uma invenção, ainda está a acabar o curso e porquê desistir do seu percurso original? Pode ser inventora sem ser empreendedora.

Na Inventoo, qual o percurso de uma invenção? Desde uma ideia que nasce numa pessoa, que não tem de ter formação nem apetência natural para o mundo empresarial, até ser implementado por uma empresa.

A Inventoo quer criar a plataforma, gerar confiança às duas frentes que ali é o local certo tanto para os inventores e para as marcas. Vende o espaço para promoção da invenção e vende o contacto do inventor, que não está disponível para a marca. Depois tem alguns serviços add-on como disponibilizar layouts de contratos, dar algumas pistas, alguma prototipagem. Existem algumas guidelines dadas por pessoas experientes no mercado mas tudo muito básico.

De que forma a Inventoo se afasta do conceito das empresas incubadoras já tão implementado?

O que a Inventoo pretende fazer é ter um negócio de volume onde entram propostas de inovação e aparecem do outro lado mercado as marcas que pretendem adquirir novas invenções. Não fazemos serviço de consultoria pelo meio do processo como as incubadoras, onde ajudam a desenvolver o negócio e onde se cria uma costumização. Não ficamos com % de capital, nem cobramos success fees. Não acreditamos que seja um modelo para a internet e mesmo no mundo real tem-se visto que nem sempre resulta.

O contacto entre o inventor e a marca é sempre online?

Exatamente. A partir daí é entre o inventor e a empresa, nós não queremos envolver-nos no negócio! O que podemos é ser facilitadores e arranjar contactos de parceiros das áreas, sejam cá ou internacionais, para a ajudar a estabelecer desenvolver a ligação.

Podemos então afirmar que o core business é divulgação e permitir o contacto primordial entre estes dois agentes. Como é que a Inventoo transforma isto num negócio em si?

Existe alguma proatividade do lado da Inventoo que torna isto possível. Quando um inventor quer colocar a sua invenção uma das coisas que disponibilizamos é a criação de um enquadramento para conseguir promovê-la sem expor a própria ideia. Muitas das pessoas tem as suas invenções guardadas na gaveta pelo risco de serem roubadas. As empresas podem ter acesso às informações que estão na plataforma mas depois tem de pagar para ter o contacto com o inventor.

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Quando a empresa entre em contacto com o inventor, já sabe qual é o modelo da invenção?

Apenas saberá aquilo que for colocado pelo inventor. À partida terá apenas uma catalogação da invenção. Mas recomendamos sempre que os inventores ponham as suas target companies, outro serviço que disponibilizamos na plataforma.

Esta identificação permite à Inventoo ir “picar” essas empresas e centros de investigação a partir de uma relação “B2B” que gera muito mais confiança e profissionalismo. Afirmamos que somos uma plataforma de inovação e que se a for consultar verá que para a sua indústria, e se calhar até para a sua empresa, existe alguém a fazer uma proposta. Isso faz com que as empresas se sintam atraídas em vez de pensarem “Pronto, mais um a bater à porta”.

 

A Inventoo está direcionada para um mercado low cost?

O low cost nunca será o possível valor para o inventor quando a marca decide comprar invenção, isso dependerá sempre do que ela valer e do que se chegar a acordo. Low cost surge por não se precisar de toda uma infraestrutura para a implementar e pelos valores que nós praticamos para a promover e para fornecer o contacto.

 

Muitas vezes as empresas target são empresas já muito enraizadas no próprio mercado e tem uma estrutura de I&D muito desenvolvida.

Como é que a Inventoo se posiciona?

Esta realidade tem começado a ser alterada nos últimos seis anos. Há grandes empresas como a Toshiba ou a Sony no mundo inteiro que estão a fechar os seus centros de desenvolvimento. Se antigamente o eram, agora já nem sempre sãonão é sustentávelsustentáveis.

O paradigma tem mudado. E quando nós inventamos alguma coisa, muitas vezes vem para dar resposta a alguma necessidade que sentimos. Pretendemos ser uma ponte entre o que o mercado sugere e as empresas, fazendo parte da mudança que se tem desenvolvido.

O projeto já tem quatro meses. Como tem sido a aceitação por parte tanto das empresas como dos inventores?

Da parte das empresas ainda não chegámos a essa componente. Eu tinha definido três meses para iniciar a divulgação e depois dois meses para começar a angariação direta. A divulgação tem corrido muito bem e fomos inclusive entrevistados pela Marketeer. Esta revista interessou-se pelo nosso conceito que achou bastante agressivo e disruptivo em termos de inovação. Tem corrido melhor do que estava à espera!

De seguida, vamos começar a ter mais inputs na base de dados para irmos ter com as empresas. É ainda um bebé de quatro meses, vai agora começar a comer quase não come a papinha, mas queremos para comecar a crescer!

Está ainda numa fase embrionária portanto?

Sim, numa fase muito inicial. E se me perguntar quanto estou à espera de faturar não faço mesmo ideia. Não será o meu principal desafio no primeiro ano. O primeiro ano servirá para ver se existe aceitação. Não uma aceitação de mercado porque esta acho que é relativamente óbvia, mas se está no formato certo para as pessoas criativas se sentirem confortáveis para irem lá apostar as suas invenções.

Porque depois de os inventores apostarem, a outra parte é muito mais fácil. Aquilo que as pessoas acham que é mais difícil que é ir ter com as empresas, é na verdade mais fácil depois de existir uma base de dados volumosa.

Imagine-se no lugar de um criativo. Está sempre a ser pressionado para trazer os novos iPhones do mercado e não surge, porque o mercado não consegue aceitar tudo. E vê que existe uma plataforma com invenções que as pessoas sentiram necessidade de criar. O sucesso pode estar ali e é muito apetecível. Até pode não dar! Mas o custo de ir conhecer a invenção e a pessoa é muito mais barato do que tentar criá-la num centro de desenvolvimento com centenas de engenheiros. É muito mais económico.

Olhando para agora para os inventores quais as pessoas que têm aderido?

Eu inicialmente tinha feito um estudo de mercado muito baseado nos conhecimentos académicos, sem contratar ninguém profissional. Fiquei muito surpreendido com os dados que surgiram! Para já, 52% das pessoas dizem que já lhes surgiu uma invenção, acham que é propícia para lançar para o mercado mas nunca o fizeram. Por aquilo, por aqueloutro, porque surgiram imprevistos, porque ficou na gaveta. Há milhões de inovações que ficaram nas gavetas e não estão a ser aproveitadas. E isto é um desperdício, mas é a realidade.

Quando foi feito o inquérito, existia a evidência que os inventores contavam com mais homens do que mulheres. O que, quando foi feito, até podia fazer algum sentido. Curiosamente, se for ver agora o que está realmente a acontecer no momento, 55% dos utilizadores são mulheres. E eu acho isto muito interessante.

Porquê?

Para já começa a trazer uma realidade que já está escondida há muitos anos: as mulheres são muito mais criativas que os homens. E contra mim falo! Depois, são mais proactivas. Têm também um leque de situações de vida que passam que é muito maior e que é mais propício a invenções. Por exemplo, toda a indústria dos bebés e das crianças, as mulheres sentem mais isso e reparam mais nas necessidades. É uma realidade.

Eu tirei o curso à noite, em pós-laboral, e como tinha muito mais mulheres, fiquei com uma perspetiva muito diferente. Quando são boas, são muito melhores que os homens. Infelizmente são muito poucas que lá chegam pois dispersam-se principalmente com a família, embora tenham uma extraordinária capacidade de multitasking. Quando se dedicam completamente à carreira, aquilo é quase uma ultrapassagem pela direita! E foi muito bom ter este feedback feminino.

De que forma a Inventoo pode estar a combater o desemprego? Isto é, uma pessoa desempregada que tem uma invenção guardada na gaveta a vida inteira têm agora o tempo e a oportunidade de a por a render.

Muitas vezes, só têm o tempo. Muitas pessoas não têm capacidade de arranjar investimento, de ir ter com a empresa ou criar a sua. Está assim a perder um tempo exorbitante e não está a focar-se naquilo que criou.

Tem a capacidade de o executar? Terá a sorte de aquilo dar certo? Porque todos sabemos de casos excecionais de empreendedorismo mas são apenas um décimo. Os outros casos ninguém fala, os chamados casos falhados. Mas estes casos falhados podiam ter ido por outra via e alcançar o sucesso. Não quer dizer que a invenção ou o produto seja mau, só não tiveram a capacidade, sorte e timing certo para a concretizar.

Mas quem quiser ser empreendedor que o seja, a Inventoo não quer tirar oportunidade de o ser. O que queremos é dar a oportunidade aqueles que tem invenções mas não querem ser empreendedores para não correr risco, por não terem capacidade ou disponibilidade, querer manter a sua vida…

A Inventoo foi criada de raiz para ser internacional, para um mercado global, certo?

Certo. E com uma vantagem muito gira, nós portugueses somos idiotas por natureza, uns criativos de primeira! Não há sistema de multibanco como o português, que faz tudo. A Via Verde é raro existir noutros sítios do mundo e, quando existe, foi trazida de Portugal. Temos coisas fantásticas na área da inovação criada por portugueses. E por isso tem alguma piada ter sido criada aqui e tem um grande potencial só pelos próprios portugueses.

O site começou em inglês para podermos chegar desde o início ao mundo todo e estamos a começar a traduzir para mais três línguas. Vamos tentar divulgar a plataforma noutros países para que seja um negócio internacional.

A Inventoo, que acaba por ser um ninho de invenções, foi em si uma invenção do Fernando. Como é tudo nasceu?

Na faculdade ia tendo algumas invenções e pensava “Vou ser empreendedor de isto tudo!” Um problema das pessoas empreendedoras é que estão sempre a aparecer novas ideias e depois não sabemos em qual delas iremos investir. Vou fazer empresas para todas?

Vou é tentar vendê-las! E foi assim que começou a nascer o conceito. Depois da experiência de ter inventado uma nova cadeirinha de bebé sem nenhum retorno para mim, achei que isto se poderia passar com mais pessoas. Um bocadinho à semelhança da mão invisível do Adam Smith que afirma que nós criamos os negócios para responder às próprias necessidades. A Inventoo embora seja uma empresa positiva para os outros, é também boa para eu expor as minhas próprias invenções.

Para terminar, onde espera que a Inventoo esteja daqui a um ano?

No Parque das Nações, num espaço maior (risos)! Pelo menos ter dados para confirmar que existem registos de inventores que tenham sido vendidos a empresas. Muito mais do que isto depois não sei se consigo saber porque fica à vontade das duas partes. O meu grande objetivo agora é conseguir cativar os inventores e que existam empresas que vejam a Inventoo como uma fonte interessante para começarem a comprar. Porque depois quando as coisas funcionam, o sucesso vem associado.

 

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O projecto Transformers vai-se transformar e deixar que mais jovens se transformem consigo

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O Projecto Transformers está a organizar o evento IGNITE TRANSFORMERS que promete deixar ainda mais colorida a primeira noite da Primavera. Vai se realizar já neste sábado, dia 21 de Março de 2015, entre as 18:30 e 22:00 no Museu da Electricidade, em Belém, e requer presença obrigatória a todos aqueles que querem transformar a sua comunidade.

O projecto nasceu em 2010 por um grupo de amigos que, a partir do break-dance, descobriu que podia integrar jovens em situações desfavorecidas e ajudá-los a encontrar um caminho mais positivo na sua vida. O projecto já conseguiu mobilizar mais de 160 mentores, os chamados transformers, das diversas formas de arte, desportos e demais actividades para orientarem mais de 1600 jovens em bairros sociais, escolas problemáticas, centro de acolhimento e de detenção.

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Esta associação acredita que estes jovens muitas vezes marginalizados não são indiferentes ao que os rodeia e simplesmente ainda não encontraram a sua própria maneira de fazer a diferença. Desta forma são dadas ferramentas para que estes possam intervir na sua comunidade e contribuir eles próprios para os desafios sociais emergentes que assistimos.

No Transformers “o lugar de todos é o lugar de cada um” e por isso cada transformer contribui com aquilo que mais gosta de fazer: teatro, fotografia, pintura, boxe, bateria, surf ou grafitti. Todos os talentos são bem-vindos desde que se faça com paixão e tenha vontade de a contagiar aos jovens.

No evento IGNITE TRANSFORMERS vão estar presentes 16 transformers com o objectivo de partilhar os seus testemunhos e histórias de vida. Espera-se ainda muitas surpresas, onde se incluem espectáculos dinamizados por jovens inseridos nos programas.

Serão também apresentadas as linhas gerais do novo modelo de actuação e o evento servirá ainda de angariação de fundos para financiar a transição do projecto para o novo modelo.

(cada bilhete individual online é 5 euros e no próprio dia é 8 euros)

 

 

 

 

 

 

 

 

https://vimeo.com/34234351

 

 

 

 

 

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My Story Hotel Rossio promete transformar qualquer turista que visite Lisboa num viajante, mesmo nas viagens mais curtas.

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O My Story Hotel Rossio é o Hotel mais recente da capital portuguesa e promete transformar qualquer turista que visite Lisboa num viajante, mesmo nas viagens mais curtas.

Num dos edifícios da Praça Dom Pedro IV, mundialmente conhecida como Rossio, inaugurou este mês mais um hotel da cadeia My Story Hotels que conta também com um bar e restaurante.

Depois do sucesso do My Story Hotel Ouro que, apesar do seu recente um ano de vida, é considerado um dos 20 melhores hoteis de Lisboa e está classificado na 9ª posição do site booking.com, a abertura de um novo espaço era o passo natural desta cadeia de hotéis que prima por  excelentes localizações, um conforto inigualável e um preço altamente competitivo.

Orientado segunda a perspectiva que a melhor forma de conhecer um local é a proximidade e a integração no mesmo, o My Story Hotel Rossio destina-se maioritariamente a turistas internacionais que escolhem Lisboa para  uma City Break e que procuram todas as características de um hotel de 3 e 4 estrelas e experienciar o acolhimento genuíno tão característico da cidade de Lisboa.

Por isso será de esperar ser surpreendido por pequenos detalhes, um enquadramento que permite sentir a história do lugar e um atendimento personalizado. Tudo para que os hóspede, para além de bem recebidos, se possam sentir  verdadeiramente acolhidos pelo destino que visitam, a começar pelo hotel que escolhem ficar.

Com uma decoração original e simples em que Lisboa dita o tema, o hotel apresenta 46 quartos onde o elemento principal é a vista sobre a praça que lhe dá o nome. Através da sua fachada e elementos arquitectónicos , é impossível não sentir a história do edifício e da própria cidade, que se foi transformando pelas histórias de cada um que nela viveu.

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Sem dúvida um hotel com as janelas voltadas para Lisboa e que convida cada viajante não só a descobrir a sua História mas também a criar as suas próprias.
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Maria Modista – uma escola de costura contemporânea

MMx2Num andar, em Lisboa, reside a Maria Modista, uma costureira alegre, simpática e cheia de vivacidade. Com a linha pronta na agulha, reúne todos os conhecimentos para ensinar as técnicas mais actuais e ajudar a tornar as ideias das suas alunas em peças únicas e perfeitas para cada estilo pessoal.
Eu pensava que esta ideia não ia chegar a muitas pessoas, não tinha noção que tanta gente tinha o gosto, tal como eu, de aprender a costurar.

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A Excelência Portugal quis saber mais sobre este projecto e foi conhecer pessoalmente a Maria Modista, uma escola de costura original desenvolvida por Filipa Bibe.

Deparámos com um negócio de sucesso que veio despertar a arte do “Corte e Costura”, há demasiado tempo guardada na sabedoria das nossas avós, e deixar qualquer pessoa com a vontade de aprender.

 

Como é que nasceu a Maria Modista?
A Maria Modista nasceu depois de eu estar à procura de sítios onde pudesse aprender melhor a costurar. Eu já sabia trabalhar com a máquina e algumas técnicas básicas mas queria desenvolver mais para poder criar peças para mim e dentro do meu estilo.

Mas tudo o que encontrava era muito tradicional e antiquado! Existiam opções lá fora mas era tudo muito caro. Depois desta procura frustrada, surgiu a ideia de criar um espaço  onde se pudesse aprender a costurar peças mais contemporâneas e com técnicas mais actuais.
 
 
Então a Filipa não tinha formação particular na área?
Embora já tivesse o contacto com a costura, não é a minha área de formação! Antes da Maria Modista tinha um escritório de Contabilidade e trabalhava nesta área. No entanto,  já estava desmotivada e como a costura era para mim um prazer, pensei que talvez fosse uma boa ideia e que mais pessoas estivessem à procura de uma escola com estas características.
 
 
Como foi tornar esta ideia em realidade?
Na altura falei com a minha sócia da Contabilidade, a Patrícia Pinta, que decidiu abraçar também o projecto. Começámos por estar numa sala do nosso escritório e quando o projecto começou a crescer tivemos a necessidade de maior espaço e viemos para este andar. Agora, para além deste espaço em Lisboa, temos já três espaços em Oeiras, Torres Vedras e no Porto.
 
 
Quando começou a ganhar consciência que era um projecto de sucesso?
A partir do sexto mês comecei a perceber que o projecto ia mesmo crescer. Neste momento, a Maria Modista é o meu trabalho a tempo inteiro!
 
 
De que forma foi feito o financiamento?
Ao contrário da nossa empresa de Contabilidade, o financiamento foi todo conseguido através de um empréstimo bancário. Como o investimento não era grande, não sentimos grande obstáculos.

Começar um negócio não é fácil e inúmeras dificuldades aparecerem no caminho. No caso da Maria Modista, qual foi o maior desafio?
Professoras, arranjar professoras! Isto porque queríamos uma técnica mais moderna e fugir um bocado ao conceito da costureira muito antiga. Entretanto vimos que existiam outras formações e o perfeito é conseguir conciliar as duas. Isto porque a costureira mais antiga tem uma experiência de uma vida, o que é fantástico,  e as mais novas tem outras técnicas. Quando misturamos os dois conhecimentos conseguimos ir ao encontro das necessidades e conceito da Maria Modista.
 
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Neste momento o projecto conta já com três anos. Como tem sido a aceitação?
Eu pensava que esta ideia não ia chegar a muitas pessoas, não tinha noção que tanta gente tinha o gosto, tal como eu, de aprender a costurar. De fazer roupa para si, para os filhos ou mesmo para começar um próprio negócio. Tem tido um balanço muito positivo!
 
Sente que de alguma forma o clima de crise possa ajudar no sucesso dos negócios Do it yourself ?
Sem dúvida!
Se por um lado as pessoas percebem que aqui podem criar peças para o seu próprio guarda roupa,  por outro algumas alunas criam os seus próprios negócios através do que aprendem aqui. A Maria Modista acaba por incentivar o empreendedorismo neste sentido, dando asas a que se explore outras capacidades.
 
 
Qual o perfil da aluna da Maria Modista?
A maior parte das alunas tem idade entre os 18 e os 45. Temos também algumas avós, mais dinâmicas, que fazem muito roupa para os netos. Homens são poucos, mas vão aparecendo!
 
E quando começaram, vinham já com alguma experiência?
A maior parte vêm sem experiência nenhuma, começam do zero. Depois algumas alunas têm já alguma experiência e vêm aperfeiçoar as suas técnicas e criar peças para si.
 
Os cursos são o produto principal da Maria Modista. Como funcionam?
Os cursos funcionam em três horários: de manhã, tarde ou pós-laboral.  Pode-se escolher um dos horários entre uma a cinco vezes por semana e depois fica-se inserida numa turma. Aqui as professoras estão focadas nas necessidades das alunas, tendo uma atenção muito especializada. Algumas alunas chegam já com fotografias do que querem fazer ou uma peça que está estragada e querem fazer algo parecido. ´cada aluna pode estar a fazer uma peça diferente das outras.
Ao início começasse por fazer peças mais simples e depois vai-se desenvolvendo na autonomia e na complexidade. Apenas é necessário trazer os tecidos pois temos no espaço todo o material de costura necessário.
 
Os workshops são um produto diferente certo?
Sim, são mais direccionados para quem não pode ter as aulas durante a semana. Funcionam ao fim-de-semana e têm sempre um tema que pode ser iniciação, roupa de bebé ou biquínis. Existem muitos temas disponíveis e a calendarização pode ser vista no nosso site.
 
Cada vez aparecem no mercado opções no que toca a aprender conhecimentos tradicionais que de certa forma ganham agora outra vida. De que forma é que a Maria Modista se destaca na sua concorrência?
Como fomos as primeiras criamos logo maior impacto.
Para além disso, apostamos muito na imagem. Muito muito muito! Estamos muito presentes nas redes sociais e sinto que tem sido uma aposta ganha. Faz toda a diferença! A Maria Modista foi lançada numa altura que se tornou moda as negócios nas redes sociais o que acabou por nos ajudar na divulgação.
 
Sente que de alguma forma o clima de crise possa ajudar no sucesso dos negócios Do it yourself ?
Sem dúvida!
Se por um lado as pessoas percebem que aqui podem criar peças para o seu próprio guarda roupa, por outro algumas alunas criam os seus próprios negócios através do que aprendem aqui. A Maria Modista acaba por incentivar o empreendedorismo neste sentido, dando asas a que se explore outras capacidades. Existem algumas marcas que foram criadas por alunas desempregadas que, tal como eu, viram na costura uma forma de trabalhar numa área que gostam.
 
A Maria Modista já criou o seu próprio livro para que cada vez mais pessoas possam descobrir o mundo da costura. Como é que foi idealizado?
O livro tem os projectos que são mais pedidos nas aulas pelas nossas alunas.
Não é necessário grande experiência, apenas conhecer a dinâmica da máquina.
Lançámos o livro em Novembro e da última vez que contactei a editora foram vendidos 1500 unidades, embora sejam um número sem considerar o último mês.
Está acessível nas várias livrarias e grandes superfícies e custa 22 euros.
 
Os projectos para o futuro, quais são?
O nosso projecto futuro é conseguir alargar a marcar através de Franchising. Temos já uma escola recentemente aberta em Torres Vedras e estamos a trabalhar em novos pedidos. A ideia seria manter a marca Maria Modista mas expandir para outras locais.
 
Se pudesse, que conselhos daria a quem esteja a começar agora o seu próprio negócio?
Não ter medo de correr de correr riscos! Pensar bem naquilo que se gosta de paixão, porque já é meio caminho andado para as coisas correrem bem.
Esta ideia era uma coisa que queria mesmo e adorava concretizar, a contabilidade já não foi tanto assim. A Maria Modista foi feita de coração e realmente quando é assim resulta sempre!
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Redes Sociais para cientistas – Um manual de sucesso

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Redes Sociais para cientistas – Um manual de sucesso para um cientista na Internet

Vivemos num mundo cada vez mais dependente das tecnologias e da necessidade de construir uma marca pessoal nas redes sociais.
Esta necessidade é sentida pelos cientistas dado que  no ramo da Ciência é muito importante que se possa ser facilmente encontrados on-line e que se consiga dar visibilidade ao trabalho desenvolvido.
A reputação dos cientistas na Internet é um trabalho que pode também contribuir para a sobrevivência da investigação científica, ajudando a sociedade como um todo a perceber melhor o papel dos cientistas enquanto agentes de mudança e inovação.
Na consequência do curso de “Redes Sociais para Cientistas” que Ana Sanchez, António Granado e Joana Lobo Antunes começaram a leccionar em 2014 nasceu o livro digital com o mesmo nome. Um manual de fácil leitura mas que é cada vez mais essencial e útil para um cientista da era contemporânea.
Abordando a maioria das redes sociais à disponibilidade,  desde as mais conhecidas como LinkedIn, Youtube ou Instagram às mais específicas da área como a ResearchGate ou a academia.edu, são fornecidos conselhos e cuidados a ter para uma utilização que vai de encontro aos objectivos  dos cientistas.
É dado uma especial atenção aos Weblogs por serem “( …) uma ferramenta bastante eficaz de fazer chegar até ao público os métodos, os progressos, as frustrações e os resultados do processo de investigação científica.”
Apoiado pela Universidade Nova de Lisboa, o livro é gratuito e pode ser encontrado em http://www.unl.pt/data/escola_doutoral/RedesSociaisparaCientistas.pdf
Projectar a investigação é agora mais fácil com este livro que ajudará os cientistas a aproximar a Ciência a cada vez mais pessoas.
Fonte:
Universidade Nova de Lisboa
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