
É portuguesa, nasceu em Abril de 2011 com o objectivo de criar novas pontes entre todos os agentes envolvidos na saúde – médicos, pacientes, enfermeiros, farmacêuticos. Contam já com mais de 2300 médicos, várias farmácias na região do Porto e Lisboa e já planeiam a internacionalização.
Pedimos a Miguel Filipe, chefe do departamento de desenvolvimento de negócio da linkedcare, que nos contasse um pouco mais da história promissora desta jovem empresa portuguesa.
No site da linkedcare, pode ler-se que esta começou em 2011 pelas mãos de Nuno Pacheco e Hans-Erhard Reiter. Como começou o vosso interesse por esta área? Qual a vossa motivação?
A linkedcare nasceu em abril de 2011, fundada por Hans-Erhard Reiter e por Nuno Pacheco. O interesse e motivação iniciais dos fundadores é bastante anterior a 2011 e era na altura mais focado na área dos dispositivos de mHealth (mobile health). Após uma análise mais aprofundada dos problemas do sector da saúde em todo o mundo, a conclusão foi que há uma necessidade de soluções que vão muito para além dos dispositivos, daí o desenvolvimento da linkedcare.
O principal produto da linkedcare é uma aplicação para médicos e pacientes com o objetivo de manter o histórico, agendar consultas, prescrever medicamentos, entre outras atividades, correto?
A linkedcare tem como objetivo desenvolver o primeiro verdadeiro ecossistema digital na área da saúde a nível mundial, tendo começado por ligar médicos e cidadãos. Através da sua aplicação segura e de acesso gratuito (prolinkedcare para os profissionais de saúde e mylinkedcare para os cidadãos), a linkedcare permite aos médicos gerir toda a sua prática médica de forma integrada, ao mesmo tempo que ficam mais próximos dos seus pacientes, possibilitando aos cidadãos terem uma participação mais ativa na gestão da sua própria saúde e bem-estar.
O objetivo passa também por interligar as farmácias, nesta plataforma, certo?
O objetivo é ligar todos os intervenientes que atuem na área da saúde. Isso inclui, naturalmente, as farmácias. Nesse sentido, no início deste ano de 2015, lançámos o resultado de uma parceria com farmácias nas regiões de Lisboa e Porto. Através da aplicação mylinkedcare, o utilizador pode facilmente enviar um pedido de encomenda à farmácia e beneficiar de uma entrega rápida e, na maior parte dos casos, gratuita. Os medicamentos ou outros produtos de farmácia são entregues na morada que indicar (ex: residência, local de trabalho), podendo inclusivamente a entrega ser efetuada no próprio dia (dependendo da hora e do local). Adicionalmente, uma vez que as farmácias parceiras têm uma disponibilidade muito acima da média dos medicamentos mais requisitados, de uma forma geral os utilizadores mylinkedcare beneficiam também das suas receitas serem aviadas na totalidade numa só entrega.
Pretendem que a linkedcare seja utilizada também no Serviço Nacional de Saúde? E outros serviços de seguros de saúde?
Em relação à aplicação prolinkedcare para médicos, o nosso foco começou e continua a ser os médicos com prática privada e que têm a possibilidade de escolher a aplicação que desejam como a melhor para gerir esse mesma prática. A possibilidade da aplicação vir a ser utilizada no SNS ou em grandes grupos privados é algo que consideramos como uma possibilidade a médio-prazo, dependendo sempre das condições de mercado e também da estratégia global da linkedcare.
No vosso site, podemos ler que em Novembro de 2014 já contavam com 2300 profissionais de saúde. Como tem sido a avaliação dada pelos utilizadores?
Trabalham em contacto direto com eles?
Os números continuam a crescer a um ritmo que supera as nossas melhores expectativas iniciais e a avaliação por parte dos utilizadores continua a ser excelente a todos os níveis. A aplicação tem espaços para que os médicos possam diretamente partilhar as suas sugestões de melhoria e, em complemento, trabalhamos em contacto direto com muitos dos nossos utilizadores no sentido de melhor compreender a sua prática e de como evoluir no sentido de facilitar o seu dia-a-dia e a interação com os seus pacientes.
Até onde acham que podem chegar a nível de mercado?
A linkedcare tem como objetivo desenvolver o primeiro verdadeiro ecossistema digital na área da saúde a nível mundial. Quer no que diz respeito aos profissionais de saúde quer em relação aos cidadãos, não nos colocamos nenhum limite em termos de ambição. Acreditamos que uma aplicação como a linkedcare trará tanto mais valor para todos os envolvidos quanto maior for a sua adopção e utilização.
O futuro da linkedcare passará também pela internacionalização?
Sem dúvida. O nosso projecto foi desenvolvido desde o início com uma perspectiva global e em 2016 deveremos lançar as nossas operações também nos EUA.
A linkedcare pretende desenvolver mais aplicações na área da saúde?
Desenvolvemos essencialmente a aplicação linkedcare, ou seja, um ecossistema de aplicações linkedcare (para os profissionais de saúde, para os cidadãos, etc.).
A inovação é algo essencial e está no centro de uma empresa como a linkedcare; os nossos profissionais estão sempre em busca de novas soluções que possam conduzir a uma melhor saúde, a todos os níveis.
Como imaginam que a relação médico-doente vá evoluir durante os próximos, digamos, dez anos?
Esta é uma relação que nos últimos anos tem vindo a evoluir a uma enorme velocidade. As próprias tecnologias de informação e comunicação tem vindo a influir decisivamente nas mudanças que vamos verificando. Num futuro próximo, estamos certos que a relação médico-doente se irá fortalecer, especialmente se apoiadas em conceitos como os desenvolvidos pela linkedcare. Acreditamos que o médico passará a ter um acompanhamento mais próximo da saúde dos seus pacientes (para além do contacto presencial), criando relações de maior continuidade e valor para ambas as partes.
fotos: DR