
O exoplaneta – planeta que orbita em torno de uma estrela que não o nosso Sol, i.e. um planeta de um outro “sistema solar” – 51 Peg b foi “visto” – isto é a sua luz reflectida foi detectada – por uma equipa de cientistas liderada por Jorge Martins, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), como podemos ler no site de divulgação científica dedicada à Astronomia Portuguesa e não só, AstroPt
O planeta 51 Peg b tem uma carga histórica associada, visto ter sido o primeiro exoplaneta a ser descoberto. A descoberta deu-se há 20 anos atrás, em 1995, quando Michel Mayor e Didier Queloz publicaram na revista Nature, a detecção dos efeitos gravitacionais deste planeta no seu “Sol”, a estrela 51 do Pégaso, que se encontra a 51 anos-luz do sistema solar. Foi o primeiro planeta da classe “Júpiteres Quentes” – exoplanetas gigantes compostos sobretudo por gás, tal como Júpiter, mas que ao contrário deste completam a sua órbita em poucos dias.
Agora, em 2015, a equipa liderada por Jorge Martins utilizou uma técnica inteligente para medir a luz reflectida do exoplaneta 51 Peg b. Aqui na Terra, mais em particular no Observatório de La Silla, no Chile, apenas nos chega uma pequena fracção da luz emitida pela estrela 51, e apenas uma ínfima parte dessa fracção é da responsabilidade da reflexão no planeta 51 Peg b. Assim os autores pensaram que, se a cada espectro da estrela removermos um espectro base 51 do Pégaso, o que sobra é um espectro débil da luz reflectida pelo planeta. Esta estratégia necessita de muita luz recolhida da estrela, e para isso é necessário utilizar um telescópio de muito grande abertura, que neste caso se chama HARPS e se encontra no Chile.
Estes resultados foram publicados na revista internacional “Astronomy and Astrophysics” e são só mais um sinal da bela relação que há entre os astrónomos portugueses e os exoplanetas.
fotos: DR
vide: http://www.astropt.org/2015/04/06/equipa-liderada-por-portugueses-detecta-luz-reflectida-pelo-primeiro-exoplaneta/