Investigadores da UC desenvolvem protótipo de dispositivo médico inovador para apoio à cirurgia da catarata

catarata1Uma equipa multidisciplinar de investigadores do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e Instituto de Telecomunicações da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu um protótipo de um dispositivo médico para apoio à cirurgia da catarata, uma das cirurgias mais realizadas no mundo.

A catarata é uma doença ocular associada essencialmente ao envelhecimento e caracteriza-se pelo desenvolvimento de opacidade no cristalino (lente) do olho, podendo provocar a perda de visão. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em 2020 esta condição afete 40 milhões de pessoas em todo o mundo.

O dispositivo, que se encontra em fase de protótipo e já com registo provisório de patente, foi desenvolvido no âmbito de um projeto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Tem por objetivo apoiar o diagnóstico da catarata, através da sua deteção precoce e caracterização, indicando a sua localização e extensão no cristalino. Permite também classificar o seu grau de severidade e estimar a sua dureza de modo automático.

Esta nova tecnologia baseada em ultrassons de alta frequência, usando sondas oftalmológicas, é capaz de «avaliar a progressão da doença, cuja informação é essencial para a decisão clínica», explica o coordenador do projeto, Jaime dos Santos.

O dispositivo médico a desenvolver, com base neste protótipo, pretende ser uma ferramenta de diagnóstico simples, robusta e de baixo custo, que terá grande impacto nos serviços de saúde, nomeadamente «na gestão clínica dos doentes com catarata. Os clínicos passarão a ter acesso a dados objetivos que contribuirão para um diagnóstico e uma decisão da necessidade de cirurgia mais suportados», afirma Miguel Caixinha, investigador da equipa.

Outra vantagem do dispositivo criado pela equipa da FCTUC é o facto de recorrer a técnicas não invasivas para estimar a dureza da catarata. Assim, «em tempo real é possível identificar o tipo de catarata, caracterizar o seu grau de severidade, e estimar a sua dureza e dimensão», explicam os investigadores.

A tecnologia permite ainda minimizar o risco de complicações no pós-operatório porque, apesar de segura, a cirurgia da catarata tem de ser muito precisa. É necessário «substituir o cristalino por uma nova lente intraocular sem danificar a sua cápsula posterior e a córnea, nem causar lesões na retina. Fazendo uma analogia, é como ter de implodir um prédio sem danificar o museu de arte que está à sua volta», ilustra Miguel Caixinha. É nesta perspetiva que o conhecimento da dureza da catarata a ser extraída representará uma informação valiosa na seleção adequada da energia a usar na cirurgia de facoemulsificação.

Das experiências realizadas in vitro em cristalinos de suíno e in vivo em olhos de rato (modelos animais) com diferentes tipos de cataratas, verificou-se uma taxa de sucesso de 99.7% na caraterização automática da catarata e estimação da sua dureza.

A equipa está agora na fase da realização de ensaios clínicos e procura de parcerias para futura comercialização do dispositivo. Os investigadores estão bastante otimistas: «se no olho de um ratinho conseguimos contornar os vários obstáculos que surgiram relacionados com a dimensão extremamente pequena do olho, ao passar para os ensaios clínicos o processo será muito mais simples porque a dimensão do olho humano é muito maior».

Fonte: UC
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ICNAS testa novo método de avaliação do risco cardiovascular

icnas_grandeUm estudo piloto realizado no ICNAS – Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da Universidade de Coimbra (UC) – mostrou que o radiofármaco fluoreto de sódio marcado com fluor-18, usado classicamente na deteção de metástases ósseas, parece ser eficaz na identificação precoce da doença cardiovascular.

Uma equipa multidisciplinar, liderada pela docente e investigadora Maria João Ferreira, da Faculdade de Medicina da UC (FMUC), aplicou este método de imagem não invasiva em indivíduos com risco cardiovascular, seguidos na consulta externa de Cardiologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (HUC-CHUC). Foi verificada a possibilidade de identificar placas ateroscleróticas em processo de microcalcificação ativa, mais vulneráveis e por isso mais sujeitas a rotura, o que parece relacionar-se com o risco de se associarem a quadros agudos como o enfarte do miocárdio ou o acidente vascular cerebral. O seu reconhecimento pode condicionar tratamentos que visam a sua estabilização e, consequentemente, a diminuição do risco de eventos cardiovasculares.

Os resultados obtidos neste estudo piloto “são muito promissores e parecem apoiar esta nova aplicação deste “velho” marcador, mas há ainda muito trabalho a ser desenvolvido. Para tal será indispensável a continuação do esforço de uma equipa onde a investigação básica e clínica interagem de forma profícua”, repara Maria João Ferreira. A investigadora acrescenta que “a importância deste conhecimento poderá, num futuro que se antevê próximo, relacionar-se com o risco cardiovascular do indivíduo e por isso com a sua orientação terapêutica.”

Apostar em novos métodos de diagnóstico precoce das doenças do foro cardíaco é muito relevante porque, salienta docente da FMUC, “a doença cardiovascular, nas suas várias componentes, é uma das principais causas de morte que, de acordo com estatísticas Europeias, é responsável por cerca de 42% das mortes nos homens e 51% nas mulheres.”

A especialista afirma ainda que esta doença “Trata-se por isso de uma entidade clínica associada a enormes custos, de difícil contabilização, que urge tratar e sobretudo prevenir. O diagnóstico precoce, bem como a estratificação de risco são dois pilares importantes em qualquer estratégia que vise lidar com esta doença”.

Fonte: UC
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Primeiro estudo clínico em Portugal sobre o impacto da quimioterapia no fígado de doentes com metástases de Cancro Colorretal

 

Por que razão a quimioterapia causa lesões no fígado de doentes com metástases de Cancro Colorretal? A quimioterapia é responsável pela principal lesão? E qual é o padrão de incidência das lesões?

Estas questões surgiram na prática clínica, mais concretamente nos Serviços de Cirurgia A e de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). Os médicos foram procurar respostas na ciência.

Em colaboração com a Clínica Universitária de Cirurgia III da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), um grupo de investigadores, coordenado pelo cirurgião Henrique Alexandrino, realizou o primeiro estudo clínico em Portugal focado em investigar as consequências da quimioterapia sobre o fígado dos doentes com metástases de Cancro Colorretal e o seu impacto sobre as complicações pós-operatórias. As metástases são uma das principais causas de morte por Cancro Colorretal, surgindo em cerca de 60 por cento dos casos, sendo que o fígado é um dos órgãos mais afetados pela disseminação (metastização) deste tipo de tumor. A cura pode passar pela ressecção cirúrgica, ou seja, pela remoção de parte do órgão. No entanto, só 20 por cento dos pacientes são candidatos a cirurgia desde o início. Os restantes têm de efetuar primeiro quimioterapia. E aqui aparece o grande problema. Se por um lado a quimioterapia aumenta bastante a possibilidade de cirurgia, por outro pode causar lesões graves no tecido hepático, desencadeando um conjunto de complicações pós-operatórias, tais como insuficiência hepática.

Henrique Alexandrino

O estudo, já publicado no European Journal of Surgical Oncology, foi tema de duas teses de Mestrado Integrado de Medicina da FMUC e envolveu 140 doentes seguidos no CHUC. A equipa “verificou que a lesão mais frequentemente provocada pela quimioterapia no tecido hepático, Síndrome de Obstrução Sinusoidal (SOS), é responsável pelo aumento do risco de complicações pós-operatórias, impedindo a regeneração do fígado. No entanto, observou-se que nem todos os doentes desenvolvem esta lesão”, explica o coordenador da investigação, distinguida com o prémio “Melhor Comunicação” no XXXVI Congresso Nacional de Cirurgia, realizado recentemente na Figueira da Foz. A chave para resolver o problema, acredita Henrique Alexandrino, “poderá estar na mitocôndria, organelo celular responsável pela produção de energia. As mitocôndrias são fundamentais para a regeneração do fígado mas podem estar a ser prejudicadas pela lesão do tipo SOS, impedindo assim a adequada recuperação do fígado e do doente.”

Perceber como a lesão SOS condiciona a função das mitocôndrias é o próximo passo da investigação, estando já em curso experiências em modelos animais, no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Os resultados obtidos noutros estudos clínicos realizados “são muito promissores. Além de revelarem a importância das mitocôndrias na regeneração do fígado, abrem caminho não só para o desenvolvimento de novos fármacos para melhorar a regeneração hepática, como também para o avanço de novas estratégias cirúrgicas, aperfeiçoando técnicas que possibilitem aumentar o número de pacientes candidatos à cirurgia hepática, assegurando uma recuperação eficaz”, salienta o também investigador da FMUC.

Fonte: UC
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Universidade de Coimbra: Descoberta origem das células estaminais sanguíneas

uc_estaminaisUma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) descobriu as células precursoras que dão origem às células estaminais do sangue (CES) durante o desenvolvimento embrionário e como podem dar origem a todos os tipos celulares sanguíneos.

Além de providenciar uma nova fonte potencial de CES, os resultados obtidos podem levar ao desenvolvimento de métodos mais eficazes para aumentar as CES do cordão umbilical e da medula óssea, de modo a que as transplantações tenham mais sucesso. Adicionalmente, o nosso estudo fornece informação preciosa para melhorar a “criação” de CES a partir de fontes alternativas como as células da pele ou células estaminais embrionárias - Filipe Pereira, coordenador do estudo do CNC

A obtenção de CES compatíveis com as características de cada pessoa é crucial na transplantação celular em casos de doença grave como o cancro do sangue. A identificação de precursores de CES em ratinhos abre o caminho para os desvendar em humanos no futuro, contribuindo para o desenvolvimento da medicina regenerativa.

Filipe Pereira, coordenador do estudo do CNC, sublinha que «as células precursoras das CES, localizadas no tecido embrionário e na placenta, foram identificadas em ratinhos através de “marcadores” nas células, “etiquetas” que nos permitem mapear e descrever o seu comportamento. A descoberta procura dar resposta a um desafio de longa data da hematologia, ramo científico que estuda o sangue.»

O grupo do CNC criou igualmente um método original que atribui às células precursoras as já conhecidas propriedades das CES: autorrenovação e multipotencialidade, o que permite dar origem a todos os tipos celulares sanguíneos. A investigação resulta de um trabalho de três anos e foi agora publicada na Developmental Cell, uma das revistas científicas internacionais com mais impacto na área da biologia do desenvolvimento.

Esta descoberta surge na sequência de um anterior estudo realizado pela equipa, em 2013, na “conversão” de células da pele em CES, através de reprogramação celular. As “etiquetas” das células foram originalmente identificadas durante aquele processo de reprogramação, as quais permitiram identificar precursores em embriões e placentas. Posteriormente foi desenvolvido um método para provocar a maturação destes precursores que origina as CES.

A investigação foi realizada em colaboração com o Ichan School of Medicine at Mount Sinai, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e o Weatherall Institute of Medicine da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e beneficiou de apoios dos norte-americanos National Institutes of Health e Revson Foundation em Nova Iorque.

Fonte: UC
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Cientistas portuguesas descobrem forma de tornar o parasita da malária vulnerável

maria_manuel_motaUma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) descobriu um mecanismo através do qual o parasita da malária fica vulnerável à toxicidade do ferro presente no corpo humano, impedindo-o de se multiplicar.

Apesar dos esforços redobrados por parte da comunidade internacional para a erradicação da malária, esta doença continua a ter um enorme impacto global, com cerca de metade da população mundial em risco de ser infetada. Durante a infeção do hospedeiro humano, os parasitas Plasmodium, agentes da doença, possuem duas fases distintas do seu ciclo, cada uma num ambiente celular muito diferente. Durante a fase hepática, um único esporozoíto do género Plasmodium invade um hepatócito (célula do fígado) e, enquanto aí se encontra, supostamente sem ser detetado pelo hospedeiro, dá origem a milhares de novos parasitas, os quais iniciarão a fase subsequente de infeção sanguínea. Apesar de apenas 10 a 20 novos parasitas serem gerados dentro de cada eritrócito infetado por cada ciclo de divisão, os ciclos consecutivos de lise e re-infeção causam uma resposta potente do hospedeiro, bem como os sintomas típicos da malária.

A equipa liderada pela investigadora Maria Manuel Mota, diretora executiva do iMM e vencedora de vários prémio sendo o mais recente o prémio pessoa em 2013, descobriu um novo transportador de ferro presente no parasita da malária. Uma vez bloqueado, o transportador faz com que o ferro em excesso se torne letal, abrindo portas para o desenvolvimento de novos fármacos.

O ferro é essencial à vida, mas também é extremamente tóxico. É o que acontece no nosso corpo, as células precisam de ferro e todos os organismos precisam de ferro, mas quando ele está em excesso causa danos muito muito graves, e o parasita da malária não é diferente disso: precisa de ferro mas se tiver em excesso morre“, explicou à Lusa a investigadora.

O que a investigação mostrou foi que este novo transportador é essencial ao parasita para que este consiga armazenar o ferro que está a mais e guardá-lo num sítio que não permite que se torne tóxico. Esta descoberta é “muito importante“, porque em determinadas circunstâncias o parasita da malária pode estar em locais que tenham ferro em excesso, o que pode fazer com que seja letal ou muito grave para o parasita.

O que nós mostramos é que se tivermos um parasita da malária que não tem este transportador – nós conseguimos fazer um parasita que não tem este transportador -, o que acontece é que este parasita não se consegue desenvolver bem“, disse Maria Mota.

Para desenvolver esta investigação, a equipa de investigadores usou uma estirpe mutante de levedura, na qual a sequência para uma determinada proteína transportadora de ferro foi removida do DNA. Devido à incapacidade de produzir esta proteína transportadora de ferro, a estirpe de levedura mutante não conseguiu crescer na presença deste micronutriente. Partindo desta experiência, os investigadores criaram parasitas de malária mutantes aos quais retiraram o gene da proteína em questão. Consequentemente, estes parasitas continham um teor de ferro elevado dentro dos glóbulos vermelhos, o que, devido à sua toxicidade, resultou num número reduzido de parasitas.

O impacto desta descoberta para o futuro é conseguir desenvolver fármacos que consigam inibir este transportador. “Se bloquearmos este transportador, o parasita vai começar a acumular ferro, o que o torna tóxico, e não se vai conseguir desenvolver bem“, acrescentou. Por outro lado já existem fármacos que estão dependentes dos níveis de ferro. Deste modo, um dos estudos a serem desenvolvidos a seguir “é ver como a presença ou não deste transportador afecta a função e a eficiência desses fármacos“.

 

Fonte: rr.sapo.pt
Foto: FLAD

O inventor: projeto europeu quer criar tecnologia vanguardista de apoio às indústrias criativas

1357928764_15[1]Investigadores de seis países europeus e uma empresa de software uniram-se em consórcio para desenvolver uma tecnologia vanguardista de apoio às indústrias criativas, através da simulação da criatividade humana nos computadores. É coordenado por uma universidade de Londres (Queen Mary University of London) e envolve uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

O projeto denominado ConCreTe – Concept Creation Technology (tecnologia para a criação de conceitos) é financiado pela União Europeia em mais de três milhões de euros e teve início em 2013.

Os investigadores estão a desenvolver programas de software que possam ter o desempenho criativo dos humanos. Para alcançar esse objetivo, «baseamo-nos em modelos cognitivos dos humanos. Estamos a construir um sistema de grande complexidade que, entre outras fases, pretende simular os mecanismos da consciência humana com vista a ter no final uma tecnologia apta a interagir com o mundo externo», explica Amílcar Cardoso, coordenador da equipa nacional.

Uma tecnologia «que seja capaz, por exemplo, de pesquisar e ler na internet, de consultar bases de dados, de arriscar caminhos improváveis e de produzir conteúdos que nunca nos passaria pela cabeça. É também importante que este sistema tenha sentido autocrítico», exemplifica o investigador.

De modo mais simples, com base nos mecanismos da mente humana, o projeto já com dois protótipos de mistura de ideias e invenção de conceitos, «visa ter um sistema computacional viciado no trabalho, que gosta de explorar caminhos fora do habitual e mesmo improváveis para efetuar as suas tarefas e, no final, surpreender os humanos com ideias extraordinárias mas exequíveis», ilustra o docente do Departamento de Engenharia Informática da FCTUC.

Por outro lado, esta ambiciosa pesquisa de «exploração do potencial criativo dos recursos computacionais para a sociedade pretende contribuir para um salto qualitativo na área da criatividade computacional», conclui Amílcar Cardoso.

Fonte: UC
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Universidade de Coimbra coordena investigação em Cloud Computing para aproximar a Europa e o Brasil

Marco Vieira, do Departamento de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra (UC), coordena uma equipa internacional de investigadores, responsável pela elaboração de um plano de investigação na área de Cloud Computing (computação em nuvem) destinado a auxiliar os decisores políticos da União Europeia e do Brasil a tomarem as melhores opções sobre os projetos futuros a financiar nesta área do conhecimento.

Este plano com uma proposta de linhas de investigação para os próximos anos vai ser desenvolvido no âmbito do projeto “EUBrasilCloudFORUM”, financiado pela União Europeia e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. Com um orçamento global de um milhão de euros, além da Universidade de Coimbra, participam no projeto investigadores do Reino Unido, Irlanda e Brasil.

Partindo do estado da arte em Cloud Computing, o objetivo, afirma Marco Vieira, “é identificar as necessidades de investigação futura e desenhar um modelo que reforce a colaboração entre o Brasil e a Europa e que permita aumentar a competência científica europeia e brasileira.” A computação em nuvem é caraterizada “por requisitos de desempenho, escalabilidade, acesso ubíquo a partir de diferentes dispositivos e tecnologias e eficiência na utilização de recursos, enfrentando também grandes desafios nomeadamente ao nível da segurança e da privacidade da informação”, afirma o especialista da UC em confiabilidade e segurança de software.

Por isso, salienta o também docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia, o EUBrasilCloudFORUM “é uma oportunidade única para contribuir para o desenvolvimento de novos paradigmas científicos e tecnológicos que irão marcar a investigação na área de Cloud Computing na próxima década. A partir das capacidades e da experiência de cada uma das partes é possível desenvolver investigação que tire partido da “nuvem”, em áreas tão distintas como cidades inteligentes, saúde, agricultura, comércio eletrónico, etc.”

Nos próximos dias 28 e 29 de janeiro a equipa reúne-se, em Coimbra, com representantes da União Europeia e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa do Brasil, tendo em vista uma primeira identificação e definição dos temas que espelhem os principais desafios de investigação em Cloud Computing e que fortaleçam as oportunidades de colaboração entre grupos de investigação do Brasil e da Europa.

 

Fonte: UC
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Instrumentos cirúrgicos desenvolvidos em Portugal patenteados no Japão

primage_14644O Japão acaba de se tornar no primeiro país a nível mundial a aprovar a patente de um conjunto de instrumentos cirúrgicos para tratamento do Síndrome do Túnel do Carpo (STC) desenvolvido em Portugal e cujo processo de patenteamento está a decorrer em mais 38 países. O autor desta inovação, o cirurgião-ortopedista Dinis Carmo, acredita que este parecer positivo alcançado no Japão poderá, em breve, “desbloquear” e acelerar os processos de patenteamento submetidos nos 28 países que compõem a União Europeia e em mais 11 países de geografias diversas, como a Austrália, Índia, Israel, Brasil, EUA, Canadá, China e México.

O Japão é um país credível, com métodos reconhecidamente rigorosos e acredito que o facto de ter concedido a patente a esta inovação no prazo de apenas 2 anos e meio se deve à eficiência e capacidade de decisão que caraterizam este país e que fazem com que seja uma das maiores potências industriais do mundo“, refere Dinis Carmo.

Entretanto, com a aprovação da patente no Japão, o cirurgião-ortopedista enuncia os próximos passos estratégicos a realizar, até que a comercialização dos instrumentos cirúrgicos naquele país seja uma realidade: “Por um lado, há que divulgar o método junto de quem pratica esta intervenção, ou seja, os cirurgiões. Nesse sentido, vamos contactar a sociedade japonesa de cirurgia da mão, bem como os principais hospitais universitários do país. Por outro lado, será fundamental celebrar um contrato de distribuição com os distribuidores de material cirúrgico locais, sendo que temos já um contacto bem estabelecido com uma empresa produtora de material cirúrgico na Coreia do Sul, a Imedicon, com uma vasta rede de distribuição internacional“, explica.

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Dinis Carmo sublinha contudo que, antes de mais, a comercialização dos instrumentos cirúrgicos à escala internacional está dependente da sua produção a nível industrial.”Neste momento estamos a trabalhar em conjunto com duas empresas nacionais – a FAMOLDE, da Marinha Grande, especialistas na confeção de moldes de plástico, e a MCM, de Braga, especialistas em metalurgia“, revela.

Quanto ao custo que a aquisição do conjunto de instrumentos cirúrgicos poderá vir a ter no Japão, o cirurgião-ortopedista esclarece que é um assunto a ser resolvido tendo em consideração os custos de produção e as recomendações dos agentes locais.”Para o universo da América do Norte, Europa e Japão estimamos um custo de cerca de 150 a 200 Euros por unidade descartável, o que é cerca de 50 a 100 Euros mais barato que outros conjuntos existentes no mercado, com a vantagem adicional de não ser necessária a utilização de qualquer outro equipamento dispendioso, como por exemplo material específico de artroscopia ou ecografia“, justifica Dinis Carmo.

O STC é uma doença caracterizada pela constrição (aperto) de um dos mais importantes nervos da mão, o nervo mediano, por debaixo de um ligamento que se encontra na região palmar da mão, zona do carpo, conhecido como o “ligamento anular do carpo” (LAC). O STC tem como consequência dores, formigueiros e adormecimentos a nível do punho, mãos e dedos, manifestando-se sobretudo no período noturno, sendo suficientemente fortes para despertarem o doente, impedindo o repouso. Contudo, os mesmos sintomas podem manifestar-se durante o dia, interferindo com as atividades diárias e o desempenho da atividade profissional. Atividades que implicam o uso repetitivo das mãos, como os teclados e os ‘ratos’ dos computadores têm vindo a ser implicadas pelo aumento do número de casos.

Segundo dados estatísticos do New York Times Health Guide (março de 2012), o número anual de casos de STC nos EUA ronda os 500 mil, sendo a segunda intervenção cirúrgica mais comum naquele país.”Como não há evidência de grandes variações na frequência desta patologia em países industrializados, tendo em conta a população japonesa, que ascende a cerca de 127 milhões de habitantes, por extrapolação, podemos calcular um número de cerca de 180 mil casos anuais“, avança Dinis Carmo.

Em Portugal, a partir do Porto, o cirurgião ortopedista já aplicou a sua técnica cirúrgica em mais de 300 pacientes, observando uma taxa de sucesso muito próxima dos 100%, sendo que a boa tolerância à intervenção permite inclusive que esta possa ser feita simultaneamente às duas mãos.

Recorde-se que a técnica cirúrgica desenvolvida por Dinis Carmo consiste em permitir a realização da intervenção cirúrgica sem cortes na palma da mão, permitindo uma cirurgia mais segura, um período pós-operatório menos doloroso, uma recuperação mais rápida, menos efeitos secundários e reações adversas, bem como uma cicatriz esteticamente próxima da perfeição, uma vez que a mesma, efetuada a nível da prega palmar distal do punho, se torna praticamente indetetável após alguns meses.

 

Fotos: DR

Universidade do Porto cresce na elite mundial das áreas da Economia e Gestão

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A Universidade do Porto acaba de colocar  23 mestrados e pós-graduações – repartidos pela Faculdade de Economia (FEP) e pela Porto Business School  – na edição 2015/2016 do Ranking BEST-MASTERS da Eduniversal, melhorando desta forma a sua melhor performance de sempre (em número de cursos citados) na lista que reúne, anualmente, os melhores programas de formação do mundo nas áreas da economia e da gestão.

Em relação às duas edições anteriores do ranking elaborado por uma das mais importantes agências de consultoria internacionais no campo do Ensino Superior, a Universidade do Porto coloca mais uma formação do que em 2014/2005 e mais quatro formações do que  em 2013/2014 no topo das respetivas áreas. Entre eles encontram-se nove mestrados da Faculdade de Economia e 14 pós-graduações e programas de MBA da Porto Business School.

No que toca à FEP, o grande destaque vai para o Mestrado em Finanças e Fiscalidade, que integra pela primeira vez o “top 20” mundial (19.ª posição) na categoria de “Taxation”, confirmando-se pelo quarto ano consecutivo como o melhor programa a nível nacional naquela categoria. Registo ainda para as presenças do Mestrado em Contabilidade e Controlo de Gestão (32.º), do Master in Finance (32.º), do Master in Data Analytics (18.º), do Mestrado em Economia (32.º) e do Mestrado em Economia e Gestão das Cidades nos rankings da Europa Ocidental das respetivas áreas, assim como do Mestrado em Economia e Gestão do Ambiente (25.º), do Mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde (44.º) e do Mestrado em Economia e Gestão da Inovação (56.º), nos respetivos rankings mundiais.

Relativamente à Porto Business School, a nota principal vai para a afirmação do The Magellan MBA como o melhor programa de MBA em Portugal, fruto da 21.ª posição obtida entre os melhores programas full time das escolas de negócios da Europa Ocidental. Nota também para Pós-Graduação em Gestão de Projetos que, ao alcançar a 8.ª posição a nível da Europa Ocidental, garante a melhor prestação – em termos absolutos – de todos os cursos da Universidade do Porto.

Entre os 14 programas da escola de negócios da Universidade do Porto distinguidos pela Eduniversal destaca-se igualmente a performance das pós-graduações em Gestão de Vendas e em Gestão da Informação e Marketing Intelligence, colocadas na 13.ª posição a nível mundial nas respetivas categorias. Já as pós-graduações em Comunicação Empresarial Gestão de Pessoas ocupam o 14.º lugar entre as melhores da Europa Ocidental das suas áreas de estudo, ao passo que a pós-graduação em Gestão do Turismo e Hotelaria ocupa o 25.º lugar entre as 100 melhores do mundo na área de Tourism and Hospitality Management e General Management.

A escola de negócios da Universidade do Porto coloca mais sete programas entre os melhores das suas categorias, todos eles com tendência de subida. Esta lista inclui as pós-graduações em Digital Business (53.ª melhor do mundo),  Gestão Imobiliária  (58.ª do mundo) e Análise Financeira  (80.º do mundo), o Executive MBA (40.º melhor da Europa Ocidental), e as pós-graduações em Direção de Empresas (28.ª da Europa Ocidental), Marketing Management  (31.ª da Europa Ocidental) e em Internacionalização (42.ª da Europa Ocidental).

Como é feito o ranking?

Resultado da avaliação de mais de 4000 mestrados e programas de MBA lecionados em todo o mundo, o ranking da Eduniversal pretende fornecer informações sobre os programas mais adequados em 31 áreas de estudo. A análise desta agência global de rankings, sediada em Paris, sustenta-se em inquéritos de satisfação de antigos estudantes , na recolha de informação nas escolas de negócio envolvidas e na análise da reputação das escolas – apoiada por profissionais de recursos humanos. O Eduniversal Best Masters ranking 2015/16 tem também por base três grandes critérios de avaliação – a reputação, as perspetivas salariais/salário-base dos alunos após a conclusão do programa e o índice de satisfação dos estudantes.

O Eduniversal Best Masters ranking 2015/16 pode ser consultado em: http://www.best-masters.com/ 

 

Fonte: UP
Foto: UP

 

FEUP no pódio da maior competição de estratégia e gestão do mundo

equipa_feup_global_management_challenge_destaque[1]Quatro estudantes finalistas do Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e Computadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) conquistaram o 3.º lugar na final nacional do Global Management Challenge (GMC), a maior competição de estratégia e gestão do mundo, que decorreu em Lisboa, nos dias 16 e 17 de novembro.

Luis Valente (Chefe de Equipa), André Costa, João Barbosa e Rafael Pisco foram a única equipa de estudantes do ensino superior a conseguir um lugar no pódio, numa competição que envolve também quadros de empresas, na procura pelas melhores decisões de gestão, num ambiente de concorrência direta. Na competição participaram quadros de empresas como a Energias de Portugal (EDP), a Portugal Telecom (PT), a REFER e a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Apesar de não termos conseguido o 1º lugar, sermos a equipa de estudantes melhor colocada é um orgulho enorme, principalmente face a uma concorrência maioritariamente formada por quadros de grandes empresas”, explica Luís Valente. O chefe de equipa reforça ainda que este prémio “foi o culminar de muitos meses de trabalho duro em que nem sempre tudo correu sempre bem, mas em que conseguimos cumprir o nosso objetivo de provar que engenheiros também podem ser bons gestores”.

Presente em 30 países, o GMC envolve cerca de 20 mil participantes de todo o mundo. Em 36 anos de existência, já passaram pela competição 500 mil participantes. A Faculdade de Engenharia apoia e incentive a participação dos estudantes neste concurso: todos os anos se realiza o “FEUP Management Challenge”, uma mini-competição em que só os estudantes da FEUP podem aderir e com o intuito de treinar e patrocinar a participação de uma equipa a nível nacional (a inscrição implica o pagamento de uma elevada quantia para a maioria dos estudantes universitários). Luís Valente está bastante contente com a participação da sua equipa na final do GMC em Lisboa: “Foi uma experiência única e o impulso necessário e perfeito para o início das nossas carreiras profissionais”.

Na realidade este 3º lugar foi muito gratificante de diversas formas para este grupo de finalistas da FEUP, já que lhes deu a oportunidade de privar de perto com personalidades de topo ligadas ao mundo da gestão e dos negócios em Portugal. Na sequência dessa oportunidade de networking, um dos elementos da equipa recebeu uma proposta formal de emprego de uma das empresas presentes na competição, estando previsto iniciar funções brevemente, numa das maiores empresas de tecnologia nacional.

Fonte: UP
Foto: DR