Native Scientist (NS) é uma organização sem fins lucrativos que nasceu no Reino Unido e espalha-se agora por outros países da Europa.
O projecto consiste na proximidade entre cientistas e alunos portugueses nas escolas do Reino Unido onde, em conjunto, partilham experiências e conhecimentos.
As fundadoras da organização, Joana Moscoso e Tatiana Correia, apresentam a missão do projeto em três pilares:
- aproximar pessoas altamente qualificadas de crianças bilingue
- encorajar a aprendizagem e o aperfeiçoamento da língua portuguesa
- despertar a atenção dos mais jovens para a importância da ciência e melhorar a sua performance escolar.
Um milhão de alunos no Reino Unido aprendem inglês nas escolas e comunicam através de outra língua em casa. Apesar de conhecidas as vantagens da aprendizagem de duas línguas, há um desafio que se impõe à integração social destes alunos na comunidade escolar. O reconhecimento deste problema e a necessidade de facilitar a integração destes alunos são a filosofia da NS.
Tatiana Correia (à esquerda na foto) doutorou-se na Universidade de Cranfield e é actualmente gestora tecnológica para a Nanotecnologia e Metrologia, na agência de inovação do Reino Unido, The Knowledge Transfer Network. Joana Moscoso (à direita) é investigadora no Imperial College London na área da Microbiologia Molecular e juntas abraçaram este projecto.
Joana conta à Excelência Portugal que a ideia
surgiu quando eu e a Tatiana, juntamente com mais 7 colegas investigadores portugueses no Reino Unido, organizávamos o LUSO 2012, que é o encontro anual da PARSUK (Portuguese Association of Researchers and Students in the United Kingdom). A Tatiana, investigadora na área da física, tinha algum contacto com as crianças da comunidade de emigrantes portugueses em Londres e eu costumava voluntariar-me em escolas inglesas para falar sobre microbiologia, a área em que faço investigação. Juntas, apercebemo-nos que as crianças portuguesas a viver cá fora podiam beneficiar do contacto com cientistas.
A Tatiana conta-nos a experiência positiva de uma primeira iniciativa, ainda fora do âmbito da NS, em que “9 cientistas portugueses falaram e demonstraram algumas atividades relacionadas com o seu trabalho a 25 crianças lusodescentes. A recetividade ao projeto por parte dos alunos, cientistas e professores foi excelente e por isso decidimos repetir”.
A Native Scientist surge então em 2013, após as duas Joana e Tatiana terem vencido um prémio de empreendedorismo social, do Imperial College e UnLtd, para desenvolver o projeto.
Ambas as fundadoras fazem questão de referir o papel fundamental dos voluntários na organização que exige de todos “muita disciplina”. Relembram ainda a especial importância de “7 colaboradoras, também voluntárias, que nos ajudam a coordenar a marcação das sessões, a ida às escolas e o conteúdo nos social media.”
A Joana acrescenta ainda que
o coração da NS são de facto os cientistas, que disponibilizam parte do seu tempo para irem às escolas partilhar a sua experiência e assim, inspirar as crianças portuguesas cá fora, não só a aprenderem ciência, mas também, a usarem a língua portuguesa e manter viva a conexão com Portugal.
Confessa ainda que uma razão para a disponibilidade de tantos voluntários é que “ao contrário de outras oportunidades de voluntariado que existem, a NS proporciona uma experiência que é educativa e que apela ao elo de ligação cultural.”
O projeto inspirou não só cientistas portugueses mas também cientistas de outras nacionalidades: “ houve uma reação inesperada a este projeto por parte de outras comunidades no Reino Unido, como por exemplo a espanhola, francesa e alemã. Encaramos esta reação como uma oportunidade para aumentar o impacto da NS na integração e desenvolvimento social das comunidades emigrantes no Reino Unido.”
As fundadoras desenvolvem agora planos para a expandir o projeto nas comunidades portuguesas doutros países.
Queremos crescer. O nosso plano é crescer nas comunidades portuguesas lá fora e replicar o projeto noutros países. Este ano fomos para França. Para o ano queremos começar na Alemanha. Para além disso, queremos também crescer no Reino Unido, dando especial atenção às comunidades minoritárias.
A NS pode ser seguida no Facebook e Twitter




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