Beatriz Moniz Ramos é madeirense, mas aos 20 anos é já uma cidadã do mundo. Viaja desde criança e já estudou dança em Londres e Nova Iorque. Frequenta a Licenciatura em Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, Cidade onde viveu os últimos 2 anos. Mas além dos estudos deu a cara por várias marcas nacionais, integra um projecto inédito também na área da moda e … seguem-se seis meses no Brasil.

Quando quero muito uma coisa, luto ate ao fim. E quando consigo, faço o meu melhor.
Passaste os últimos dois anos em Lisboa e entraste no mundo da moda de uma forma meteórica. Como se desenrolou este processo?
É verdade, o mundo da moda apesar de competitivo sempre foi um fascínio para mim. Desde pequenina que sempre gostei de tudo o que tinha a ver com moda, sobretudo fotografia. Na madeira, com 14 /15 anos fui convidada a entrar numa agência de modelos e desde ai que realizei algumas campanhas, como uns mupis para a Brisa Maracujá e para cerveja Coral, uma publicidade televisiva para uma compota de banana, etc… Quando vim para Lisboa fui convidada para integrar a Next Models e desde ai que tenho evoluído imenso a nível fotográfico.
O desporto é uma grande paixão. Já praticaste várias modalidades e inclusive foste campeã regional numa delas. Quais foram e o que te levou ao abandono?
Sou uma pessoa muito ligada ao desporto, desde muito nova que pratico desporto. E é impensável para mim não praticar desporto. Não consigo estar parada. Já pratiquei varias modalidades como andebol, basquetebol, natação e ténis, mas sem dúvida que a minha paixão sempre foi a ginástica rítmica. Pratiquei 6 anos esta modalidade, da qual fui campeã regional 3 anos consecutivos. Só parei por força de uma lesão no joelho esquerdo. Foi com grande tristeza que abandonei duas das coisas que mais adorava fazer na vida, ginástica e dança. Depois disto tudo, só me é permitido o ginásio e exercícios mais localizados para o joelho.

Aos 15 anos já estudavas inglês e dança em Londres. Sempre foste decidida e autónoma? Como reagia a família? apoiava?
É verdade. Semre fui assim, sempre sonhei muito alto e quando cheguei aos meus 14/15 anos comecei a lutar pelos meus sonhos e por aquilo de que mais gostava. A minha família sempre me apoiou, eles já me conheciam e sabiam que não me ia calar enquanto não conseguisse realizar essa (pequena) parte de um sonho. Quando quero muito uma coisa, luto ate ao fim. E quando consigo, faço o meu melhor.
Um ano depois foi dança em Nova Iorque. Como foi dançar numa conceituada escola da Big Apple?
Passado um ano decidi alargar os meus horizontes, atravessar o oceano e frequentar uma das escolas mais conceituadas de dança , em Manhattan. Depois da experiência em Londres, de conhecer novas culturas, novas pessoas e um mundo diferente daquilo a que estava habituada, não podia parar. Escolhi Nova Iorque para o passo seguinte. Uma cidade com uma beleza inexplicável e um mundo que não pára um único segundo. Adorei, foi das melhores experiências da minha vida. A escola era óptima , todos os meus professores de dança já tinham participado em videoclips de grandes artistas como a katy Perry, beyoncé, etc… E dava-nos oportunidades para tal. Infelizmente foi aqui que o meu problema no joelho se agravou e mal cheguei a Portugal fui operada.

Tens um projecto que te vai levar pelo mundo. Queres contar ?
Entrei recentemente num projecto que se chama Bikini Bag. Partilho este projecto com uma amiga, Rossana de Brito, que idealizou o mesmo. Basicamente este projecto é uma plataforma onde representamos todas as marcas de bikinis portuguesas (obrigatoriamente produzidos em Portugal). Este primeiro ano, pretendemos percorrer quase todas as praias de Portugal só com bikinis na mala. Quem sabe para o ano já estaremos a representar marcas internacionais. Quando a Rossana me falou neste projecto, não hesitei. De momento, já recebemos várias propostas de aplicações e agências para parcerias Estabelecemos parceria com uma aplicação americana chamada Hotel Tonight, onde em menos de um minuto conseguimos reservar um hotel em qualquer parte do mundo. O nosso site atingiu, em duas semanas, 30 mil visualizações, o que nos dá enorme confiança.
Estiveste também para integrar uma novela. A representação atrai-te? Vais apostar nessa área no Rio de Janeiro?
Sim, estive para entrar numa novela portuguesa, no entanto surgiram alguns problemas e não se concretizou. Posso dizer que despertou um bichinho da representaçáo em mim e quem sabe agora, no Rio de Janeiro, não tente qualquer coisinha.

O voluntariado é um desejo. O que te motiva ?
É um desejo sim, já tive várias amigas minhas que o fizeram e aconselham vivamente. É uma experiência que marca a nossa vida e eu quero concretizá-la . Quero descobrir os dois lados do mundo. Quero perceber como se vive dos dois lados e contribuir para um mudo melhor.
Qual é o teu segredo para conjugar tantas actividades?
Não tenho segredo, simplesmente sou persistente e quando quero uma coisa luto por ela, muito.

Mas as aventuras não terminam aqui, O que mais ambicionas fazer?
Neste momento, a minha prioridade é o intercâmbio no Rio de Janeiro e terminar o curso, uma vez que estou no meu último ano. Estou seriamente a pensar concluir a licenciatura no Brasil. Estou ciente que lá terei muitas oportunidades de vida e sobretudo vou crescer imenso.
Existe o homem da tua vida. Aquele que te marcou e que transportas contigo em três tatuagens. Queres partilhar?
O homem da minha vida é único. O meu querido avô (falecido) que me acompanhou toda a vida, que me educou e aturou muita birra minha. Não era uma criança fácil e a minha família dizia que ele era o único que tinha a paciência para me “aturar” (risos). É sem duvida a pessoa mais brilhante, culta e activa que eu já conheci. Tudo o que sei hoje em dia, foi ele que me ensinou. Era meu avô, um segundo pai e o meu padrinho de baptismo. Era o meu melhor amigo. Infelizmente, teve uma doença e passados dois anos faleceu. Era muito jovem e muito ligado ao desporto (aprendi com ele a minha paixão com o desporto) e a doença matou-lhe por completo os músculos. Foram os piores dois anos da minha vida, vê-lo sofrer daquela maneira. Mas por mais incrível que pareça , ele nunca mostrou à família que estava triste ou mal com a doença. Ele era demasiado forte e era isso que queria transmitir à família toda.
Fiz três tatuagens em sua homenagem. Uma delas tem o seu nome tatuado “MONIZ” e outra a nossa data de nascimento. Sim, porque nós fazíamos anos no mesmo dia. Éramos um só. E nunca me vou esquecer do que ele me ensinou. É sem duvida a pessoa mais importante para mim.

Fotos: DR