
A Tunipex nasceu nos anos 90 no concelho de Olhão, quando Carlos Sousa Reis viu a oportunidade de investir numa indústria que se encontrava extinta há mais de 20 anos. Tradicionalmente, a pesca de atum rabilho no Algarve era fonte de subsistência de grande parte da região. Contudo com o tempo e com a escassez da quantidade de peixe, esta tendeu a desparecer. Sendo uma atividade que exigia um elevado número de trabalhadores, e tendo em conta que a utilização do atum era exclusivamente para a indústria da conserva, a sua rentabilidade tornou-se muito reduzida, o que contribuiu ainda mais para o seu desaparecimento.

Carlos Sousa Reis e sócios tiveram a visão de no momento certo, investirem e reactivarem a indústria. A sua aposta veio a comprovar-se em moldes diferentes, tanto com a modernização da técnica de pesca utilizada, como com o reposicionamento perante o mercado. Estes foram factores determinantes para o sucesso do projecto.

O atum rabilho é uma espécie carateristica do Oceano Atlântico, contudo este desova no Mar Mediterrânico. A costa algarvia é então uma região com condições únicas na exploração desta espécie, visto que no seu ciclo de vida normal, esta tenha necessariamente de passar por aqui. A Tunipex em parceria com uma empresa japonesa (a Hokomo) juntaram forças e iniciaram um projecto inovador que combina a excelência de um produto com a necessidade que o mercado apresenta. A sua actividade direcciona-se para a exportação, nomeadamente para o Japão e alguns países europeus, como também para a venda a restaurantes de comida japonesa em Portugal. Na exploração nestes meios, é fundamental que exista um processo muito rigoroso após a pesca pois este pode depreciar ou valorizar o pescado em duas ou três vezes o valor estimado.

A armação de pesca é o método de pesca utilizado que permite capturar os atuns e mantê-los em liberdade restrita, até o momento ideal para os capturar. A modernização feita que combinou a tecnologia de ponta japonesa com o conhecimento da técnica portuguesa veio introduzir uma redução significativa no número de trabalhadores e uma maior eficiência da própria actividade. Sendo este um método considerado passivo onde cerca de 70% do pescado não é capturado, está associado à atividade um programa internacional de marcação de atum. Parceiro do IPMA (Instituto Português do Mar e Atmosfera) este projecto tem como principal objectivo estudar e alargar o conhecimento sobre a espécie do atum rabilho.

A Tunipex como usa uma técnica em que não é possível ter controlo total sobre aquilo que é pescado, aproveitou para alargar a sua área de actividade ao comércio local de peixe de consumo normal, como ao comércio de animais vivos para aquários e oceanários por todo o mundo.
Hoje em dia na praia do Barril conseguimos ver a herança deixada por uma atividade que marcou gerações e gerações. As âncoras que outrora seguravam a armação, estão agora em terra viradas para o mar indicando o corredor de atum que é a costa algarvia portuguesa.
Fontes:
Programa Bombordo, RTP
www.tunipex.eu
Fotos: DR