Açores: Fajãs de S. Jorge classificadas pela UNESCO como Reserva da Biosfera

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As Fajãs de São Jorge passam a integrar a Rede Mundial da UNESCO, na sequência da candidatura apresentada pelo Governo dos Açores.  O Conselho Internacional de Coordenação do Programa MaB – Man and the Biosphere (O Homem e a Biosfera) reunido no dia 19 de Março em Lima, no Perú, aprovou a classificação que contou com aclamação de todos os presentes. 

A partir de agora Portugal tem mais uma Reserva da Biosfera. A classificação, aprovada por unanimidade e aclamação, contempla áreas de núcleo, de transição e de tampão, abrangendo toda a ilha de S. Jorge e uma área marinha adjacente até três milhas da costa.

O processo de candidatura, desenvolvido em 2014 pela Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente, através da Direção Regional do Ambiente, e incluiu cerca de meia centena de cartas de apoio de outros países e regiões que possuem este estatuto.

O Governo Regional dos Açores congratula-se com o sucesso da candidatura açoriana e considera que o inegável valor do património natural e cultural de S. Jorge e das suas fajãs, em particular, é merecedor desta designação internacional da UNESCO, que reconheceu também a excelência da candidatura açoriana, defendendo que os relevantes valores naturais, paisagísticos e culturais presentes nestes territórios devem ser potenciados enquanto elementos incontornáveis da animação e a promoção turística da Região, enquanto Destino de Natureza.

É de salientar que a ilha de São Jorge possui mais de setenta fajãs – pequenas planícies junto ao mar que tiveram origem em desabamentos de terras ou lava – e que nos Açores encontram-se quatro das Reservas da Biosfera existentes em Portugal, nomeadamente as ilhas do Corvo, Flores e Graciosa e, a partir de agora, também as Fajãs de São Jorge.

De acordo com o comunicado do Governo Regional, “A crescente procura das áreas protegidas enquanto espaços privilegiados de atividades e de lazer representa novas oportunidades de negócio relacionadas com essa fruição e, ao mesmo tempo, acrescenta responsabilidade aos poderes públicos e aos cidadãos em geral na gestão sustentável desses recursos”.

As Reservas Mundiais da Biosfera são porções de ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos ou costeiros onde se procuram meios de reconciliar a conservação da biodiversidade com o seu uso sustentável. São propostas pelos países-membros da UNESCO e, quando preenchem os critérios, são reconhecidas internacionalmente.

De realçar que os Açores são uma das duas únicas regiões do mundo que possuem todas as classificações atribuídas pela UNESCO, sendo a outra a região a de Jeju, na Coreia do Sul.

Dos 195 países membros da UNESCO, apenas três possuem o pleno das classificações atribuídas por esta organização das Nações Unidas, nomeadamente Património Mundial, Reserva da Biosfera e Geoparque, sendo que os Açores, além destas, também possuem a classificação internacional Ramsar, atribuída a zonas húmidas, a que a UNESCO está associada.

No que concerne ao Património Mundial, Cultural e Natural, nos Açores existem duas áreas classificadas como Património Mundial da UNESCO, que são o Centro Histórico de Angra do Heroísmo, na Terceira, e a Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da Ilha do Pico.

Fonte: GaCS/SRAA
Foto: GaCS/SIARAM